Megan, do KATSEYE, celebra parceria com ‘Valorant’: ‘Jogo desde os 14 anos’

Para o objetivo da Riot Games de promover mulheres e gêneros marginalizados nos esports com sua iniciativa Game Changers, poucas colaborações entre música e jogos seriam tão naturais quanto KATSEYE e Valorant.

A música “M.I.A.”, parte do EP “Beautiful Chaos” que alcançou o top 10 da Billboard 200, foi repaginada em uma nova “Valorant Game Changers Version”, lançada nesta terça-feira (11) – antes da final do Valorant Game Changers Championship de 2025, que acontece este mês em Seul.

Essa colaboração, no entanto, tem um significado ainda maior porque uma das seis integrantes do KATSEYE é uma ávida jogadora que parece ter idealizado a parceria.

“Eu costumava falar sobre isso em lives antes mesmo de saber que algo ia acontecer entre KATSEYE e Valorant”, conta Megan, em entrevista exclusiva à Billboard sobre a nova parceria.

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“Então, quando eles apresentaram essa colaboração, eu fiquei super empolgada. Jogo desde os meus 14 anos, no computador do meu irmão, durante a pandemia; isso me traz muita nostalgia, para ser sincera.”

Agora com 19 anos, o entusiasmo de Megan – assim como a mensagem mais ampla de inclusão e empoderamento da KATSEYE – permeia todo o hino repaginado, com novas letras que exploram temas de perseverança e comunidade, que surgem das conexões que os jogos proporcionam ao apoiar uns aos outros.

“Todos nós acreditamos que qualquer pessoa pode jogar qualquer jogo e que não deveria haver nada de estranho nisso”, acrescenta a artista.

Com vários hits número #1 na Billboard, a Riot Games já utilizou a música como mecanismo de narrativa em seus jogos anteriormente.

No entanto, o Valorant Game Changers destaca novos jogadores em seu jogo de tiro em primeira pessoa, com seu campeonato global na Ásia pela primeira vez.

O evento acontecerá de 20 a 30 de novembro em Seul, com as finais programadas para ocorrer de 28 a 30 de novembro no estádio de esports LoL Park da Riot Games, também em Seul.

A participação da HYBE e do KATSEYE representa um ponto de encontro cultural entre duas comunidades em rápido crescimento.

“O KATSEYE já tinha muitos fãs na Riot Games e na comunidade Valorant”, disse Jonny Altepeter, gerente sênior de supervisão musical e A&R da Riot Games, à Billboard.

“Quando descobrimos que a Megan jogava VAL e que eles estavam animados para colaborar, fez todo o sentido.”

Para Altepeter, o apelo de retrabalhar “M.I.A.” ressoou tanto musicalmente quanto na cultura da comunidade gamer:

“Sonoramente, tem aquela energia contagiante e confiança ousada que funciona tão bem no nosso mundo. E tematicamente, alinhou-se perfeitamente com o momento que estávamos tentando capturar… nossas colaborações com artistas são tudo. Estamos sempre em busca de vozes que se encaixem perfeitamente em um momento específico do nosso universo. Somos muito intencionais — e, honestamente, bastante apegados — à música de VAL, porque sabemos o quanto ela significa para a nossa comunidade. Cada artista que convidamos é escolhido por um motivo. Eles trazem algo único que ajuda a elevar a história que estamos contando, tanto dentro do jogo quanto fora dele. Esse nível de cuidado e especificidade é o que nos diferencia. Não estamos apenas tentando encontrar boas músicas… estamos construindo parcerias criativas significativas que ajudam a moldar o núcleo emocional do nosso mundo. E somos muito gratos aos artistas que confiam em nós e se entregam completamente a esse processo.”

Leia a entrevista com Megan, do KATSEYE, abaixo

Billboard: Como é remixar “M.I.A.” para a iniciativa Valorant Game Changers?

“M.I.A.” é uma música impactante, forte e confiante. Principalmente por ser um jogo tão legal, divertido e intenso como Valorant, acho que escolher “M.I.A.” foi a música perfeita. Ela conta uma história de determinação e perseverança, então acho que fazer essa nova versão reimaginada de “M.I.A.” para Valorant foi uma decisão óbvia para todos nós.

Como a KATSEYE se envolveu no programa e o que significou para você estar aqui como jogadora?

Como eu mesma sou jogadora, eu costumava comentar nas lives antes mesmo de saber que algo ia acontecer com a KATSEYE e o Valorant. Eu dizia: “Ah, sim, eu jogo Valorant”. Era algo que eu fazia no meu tempo livre. Quando apresentaram essa colaboração, eu fiquei literalmente muito empolgado. Jogo esse jogo desde os meus 14 anos, no computador do meu irmão, durante a pandemia; é muito nostálgico para mim, sinceramente. Então, quando nos apresentaram isso, eu literalmente pulei de alegria. Esse é literalmente o meu jogo; eu amo esse jogo. Então, significa muito para mim, especialmente com os Game Changers, com o que ele representa — é simplesmente incrível. Estamos todos muito animados com essa colaboração e muito gratos por podermos realizá-la.”

Qual é a sua história com jogos e com Valorant?

Eu cresci com um irmão, então muitos dos jogos que eu jogava, ele me apresentava. Quando eu era pequena, eu sempre queria brincar de boneca com ele, mas obviamente ele não ia brincar de boneca. Então ele me apresentou a jogos de computador como Valorant, Minecraft e esse tipo de jogo. E aí ele ficou muito viciado em Valorant e eu pensei: “OK, deixa eu jogar também”. E joguei. Era muito viciante. Principalmente durante a pandemia e tudo mais, era a minha onda. Era tudo o que eu podia fazer porque ninguém saía de casa e era uma maneira divertida de jogar com os amigos. Eu sentia que era uma coisa legal para fazer no meu tempo livre e era muito divertido. Não tem muito mais a dizer além de que era muito, muito divertido e eu sou uma pessoa muito competitiva que adora jogos assim — eu me saio muito bem neles. [Risos]

Você já jogou Valorant com alguma das integrantes do KATSEYE?

Não, na verdade, ainda não tive a oportunidade. Sinto que estamos muito ocupadas com a nossa agenda agora, mas eu realmente quero ver como a Yoonchae vai jogar comigo. [Risos]. Nós realmente precisamos de uma sessão de jogo, nós seis, para jogar Valorant e ver quem tem talento natural. Acho que a Lara seria a Jett. Acho que a Sophia poderia ser a Neon, já que a Neon é filipina…

Este programa Game Changers visa empoderar pessoas de diferentes origens e gêneros marginalizados. Você já sofreu algum tipo de discriminação por ser uma jogadora? As coisas estão mudando?

Honestamente, acho que está melhor agora, mas houve épocas em que, ao ligar o microfone, você jogava com pessoas aleatórias online, tentando encontrar uma integrante para o seu grupo. Era um grande problema por um tempo, porque se uma garota ligasse o microfone, começavam a praticar bullying contra ela. Aconteceu comigo algumas vezes. Era bem louco, mas o mais engraçado é quando você é muito boa, sendo mulher, e eles ficam muito bravos. [Risos] Mas eu simplesmente não entendo isso, era um grande problema, mas acho que não é mais tão comum. Eles acham que eu vou prejudicá-los e no final das contas, eu sou a última a ficar de pé, dando tudo de mim e carregando o time. É a coisa mais engraçada do mundo, sinceramente, eu só consigo rir.

Você percebe alguma ligação direta entre música e jogos? A música melhora a experiência?

Música e jogos são uma coisa tão importante, e eu acho que as pessoas não se dão conta de quanta música está envolvida e o quanto ela realmente afeta a jogabilidade. Quer dizer, quando você está no modo de combate, você quer uma música animada, e quando você está num clima mais tranquilo, você quer uma música relaxante, sabe? Realmente afeta toda a atmosfera. Acho que o Fortnite tocava shows dentro das partidas, o que era incrível e muito legal. Eu adoro como eles incorporaram isso de uma forma tão divertida. Eu adoraria fazer um show virtual um dia. Gostaria muito de ver como isso funciona, é muito interessante.

[Esta entrevista foi traduzida da Billboard dos EUA. Leia a reportagem original aqui.]