J Balvin na capa digital da Billboard Brasil (Pedro Machado/Billboard Brasil)
Nascido em Medellín, na Colômbia, J Balvin começou sua trajetória na música em 2009, torcendo para conseguir ajudar o pai, que passava por dificuldades financeiras na época. Fã de um bom reggaeton — ritmo de raízes porto-riquenhas que ganhava força em outros países latinos — ele resolveu misturar sua própria personalidade, incorporando batidas ritmadas ao estilo despojado e divertido que já tinha. Não demorou muito para que começasse a chamar atenção da indústria, com oportunidades de contratos com gravadoras e grandes turnês tanto na América Latina quanto em outros lugares do mundo – como o Brasil.
Desde 2009, quando assinou seu primeiro contrato com uma grande gravadora, Balvin passou de um rapaz que queria ajudar a família a sair do aperto para se tornar uma estrela global. O colombiano acumula mais de 66 milhões de ouvintes mensais no Spotify, além de diversos destaques no Billboard Hot 100 com singles como “Ginza”, “I Like It” e o grandioso hit “Mi Gente”, lançado em 2018 como parte do álbum Vibras, um dos mais elogiados de sua carreira.
“Tudo começou com o desejo sincero de ajudar minha família, e depois me dediquei muito para que os latinos e a Colômbia tivessem seu lugar dentro da música urbana no mundo. Ver as pessoas valorizando meu trabalho e reconhecendo o caminho que abrimos para que outros artistas continuem crescendo é, realmente, uma bênção”, celebrou ele em conversa com a Billboard Brasil, após um show eletrizante no The Town, em São Paulo. O cantor foi capa digital da revista em outubro.
No meio desse desejo de levar a Colômbia para diversos cantos do mundo, o Brasil aparece em posição de destaque nos planos de Balvin. As pedras no caminho — que ele tem transformado em diamantes, inclusive — foram causadas especialmente pelo idioma. “Apesar de sermos latinos e estarmos no mesmo continente, existe essa barreira.”
Balvin é um apaixonado declarado pelos ritmos brasileiros e já demonstrou isso de várias formas — uma delas foi a colaboração com Anitta em músicas como “Downtown”, “Ginza” e o remix de “Bola Rebola”. Para ele, a relação com a cantora foi essencial para aproximar seu som do público brasileiro.
“Minha amizade com ela [Anitta] me ajudou a entender a cultura do Brasil. Eu a considero uma grande irmã, na realidade.”
Desde então, Balvin ampliou suas parcerias com artistas brasileiros, assinando colaborações com Pedro Sampaio e MC Fióti. Os dois, inclusive, subiram ao palco principal do The Town para cantar ao lado do colombiano, que fez uma estreia triunfante no festival em setembro de 2025. “A energia do público estava muito forte, lá em cima mesmo. Trazer o som do funk das ruas com o Fióti, junto com o Pedro, que é meu irmãozinho, foi incrível. De verdade, estou muito feliz, sentindo que cumpri a minha missão.”
Essa não foi a primeira vez que Balvin trouxe seu reggaeton irreverente ao Brasil. Em 2024, ele esteve por aqui a convite de Pedro Sampaio para se apresentar no Carnaval — festa que descreveu como incomparável. “Não existe no mundo uma celebração com tanta energia, ritmo, dança… Acho que o Carnaval do Rio de Janeiro é o número um do mundo em termos de festa e alegria”, disse o colombiano. Para ele, cantar durante o evento foi um dos grandes momentos de sua relação com o Brasil.
Essa presença constante no Brasil faz parte de um plano maior que Balvin tem para sua carreira. O cantor sonha em conquistar outros mercados com a mesma força que tem na América Latina — e enxerga um horizonte positivo.
J Balvin durante show no The Town 2025 (Diego Padilha/Divulgação)
“Existe um respeito crescente pelo que estamos fazendo. Estar no The Town é um exemplo disso. Agora quero continuar trabalhando para que, nos próximos anos, eu possa entrar em outros grandes festivais.”
Para alegria dos fãs brasileiros, o Rock in Rio também está nos planos. “Com certeza tenho que cantar nele.”
Apesar de carregar nos ombros o título de ‘G.O.A.T’ da Colômbia —o melhor de todos os tempos, em tradução livre—Balvin se mantém com os pés no chão, e com a mesma sensibilidade que tinha no início de sua trajetória. “Sou muito agradecido com tudo o que já aconteceu comigo, porque sempre fiz de coração. Tudo começou no meu coração, querendo ajudar minha família. Tenho me dedicado muito para que os latinos e a Colômbia tenham seu lugar dentro da música urbana no mundo. Ver que as pessoas valorizam meu trabalho e reconhecem o que abrimos de caminho para que outros artistas continuem conquistando e elevando tudo isso é uma bênção”, celebra.
Aos fãs brasileiros que o acompanham nessa estrada de sucesso, Balvin confessa sentir um carinho especial.
“Sou extremamente grato pelo amor e apoio. Vamos continuar expandindo nossa música — não somente eu, mas toda a nossa cultura latina.”
