Hozier transforma Lollapalooza em culto e pede libertação da Palestina
Cantor se apresentou em terras brasileiras pela primeira vez
O irlandês Hozier pisou em solo brasileiro pela primeira vez neste sábado (23). Pelo menos para cantar. Em conversa com a Billboard Brasil, o irlandês contou que visitou o Rio de Janeiro como turista e se apaixonou por farofa e tapioca.
Como um maestro, Andrew John Hozier-Byrne começou o show no início do entardecer com uma banda afinada e voz poderosa. Em determinado momento do show, só estava ele no meio do palco, na companhia de seu violão e um coro na plateia do Lollapalooza.
Carismático que só, Hozier gastou o português e fez os decibéis no Autódromo de Interlagos aumentarem gradativamente. “Oi, pessoal, bom estar aqui”, arranhou, com o sotaque irlandês. “Eu esperei tanto tempo para vir tocar para vocês. Obrigado por esperarem”, completou, em inglês dessa vez.
O primeiro álbum de Hozier, que leva seu nome, foi lançado há dez anos, em julho de 2014. Ele fez jus à espera dos brasileiros e apresentou um setlist diverso, que passeia pelos três discos lançados até agora, “Wasteland Baby”, de 2019, e “Unreal Unearth”, de 2023.
Durante todo o show, ele incentivou seus fãs a cantarem junto com o coral que o acompanha nos palcos. A resposta foram gritos em cada refrão, somados a palminhas e mais palminhas.
“A plateia brasileira é famosa pelo barulho que consegue fazer”, provocou ele para depois receber uma gritaria que veio dos morros do Autódromo de Interlagos.
O clima era quase religioso. Como se o cantor fosse uma divindade que, finalmente, se revelou aos fiéis. E isso se confirmou quando Hozier finalizou a apresentação com o single mais famoso de sua carreira, “Take Me to the Church”.
A faixa, que leva igreja no título, é sinônimo de ativismo para a comunidade LGBTQIA+. No clipe, ele, que foi criado como protestante, faz críticas à homofobia das instituições religiosos, e acabou se tornando (com perdão do trocadilho) um hino.
E ele usou o momento para ir de encontro com seus súditos. Desceu do palco, gritou um “Palestina livre!” e se agarrou à bandeira LGBTQIA+.