Guitarrista do Radiohead cancela shows no Reino Unido após ação pró-Palestina
Jonny Greenwood afirmou se sentir 'censurado' por 'ameaças'


Os próximos shows de Jonny Greenwood, do Radiohead, com o músico de rock israelense Dudu Tassa no Reino Unido foram cancelados devido a “ameaças críveis”.
A dupla, que colabora há mais de uma década, tinha apresentações marcadas em junho, após o lançamento do disco “Jarak Qaribak” em 2023.
O cancelamento ocorre após uma campanha da PACBI (Palestina pelo Boicote Acadêmico e Cultural a Israel).
Nesta terça-feira (6), os músicos publicaram uma carta nas redes sociais.
“O cancelamento será saudado como uma vitória pelos ativistas por trás dele, mas não vemos nada para comemorar e não achamos que algo positivo tenha sido alcançado”, escreveram.
“Acreditamos que a arte existe acima e além da política; que a arte que busca estabelecer a identidade comum dos músicos através das fronteiras do Oriente Médio deve ser incentivada, não condenada; e que os artistas devem ser livres para se expressar independentemente de sua cidadania ou religião – e certamente independentemente das decisões tomadas por seus governos.”
Os músicos disseram que a turnê também conta com cantores da Síria, Líbano, Kuwait e Iraque, com “cada um dos membros unidos por um amor compartilhado pela música árabe, independentemente de onde exatamente tenham nascido”.
Greenwood, também compositor duas vezes indicado ao Oscar, foi criticado por grupos pró-palestinos no ano passado por se apresentar em Tel Aviv em meio à guerra em Gaza.
Uma porta-voz da PACBI disse: “Jonny Greenwood e Dudu Tassa recorreram a alegações infundadas, tentando desviar a atenção dessa cumplicidade contínua.”
O comunicado acrescentou que a pressão era “pacífica” e também afirmou: “Dezenas de milhares de artistas, escritores e trabalhadores culturais, além de um número crescente de organizações artísticas, apoiaram publicamente o boicote cultural ao setor cultural cúmplice de Israel, conforme solicitado pelo PACBI há mais de duas décadas”.
Segundo o comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde de Gaza, estima-se que mais de 50 mil pessoas morreram desde o início da guerra, em outubro de 2023.