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Fundo de Quintal celebra Bira Presidente no ‘Encontro’

Fundo de Quintal celebra Bira Presidente no ‘Encontro’

Retorno à TV marcou aniversários de Tiago Testa e Ademir Batera

O grupo Fundo de Quintal celebrou, nesta sexta (04), a vida e obra de Bira Presidente (1935-2025) no especial de três anos do programa “Encontro”, da TV Globo. A participação marcou o retorno à telinha após a morte do fundador do grupo.

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A presença no programa também marca os 73 anos de Ademir Batera e o segundo ano consecutivo de Tiago Testa à frente dos vocais do histórico e fundamental grupo. Além da dupla, o grupo chega à celebração também com Junior Itaguay, Marcio Alexandre e o lendário Sereno.

Recentemente, o grupo participou da gravação do programa “Som Brasil”, também da TV Globo, pouco antes da internação de Bira. O especial, em homenagem a Jorge Aragão, vai ao ar nesta terça (08).

A exibição ocorre no mesmo período em que chega ao ar a série Dá Samba – A Fantástica História de Bira Presidente, já disponível no Canal BIS e no Globoplay. Com três episódios lançados, o projeto audiovisual é uma das homenagens mais consistentes ao legado do fundador do grupo e à importância do Cacique de Ramos na formação do samba moderno.

Antes do programa iniciar, a apresentadora Patrícia Poeta aproveitou a efeméride do programa para anunciar o clássico “O Show Tem Que Continuar” (de Arlindo Cruz, Sombrinha e Luiz Carlos da Vila). O ator Samuel de Assis, que já contou sua ligação com Geraldo Azevedo à Billboard Brasil, também é uma das atrações.

Bira Presidente

O sambista Bira Presidente morreu no dia 14 de maio, no Rio de Janeiro, aos 88 anos. Ubirajara Félix do Nascimento foi fundador do Fundo de Quintal e presidente vitalício do Cacique de Ramos. Com sua partida, o samba perde uma de suas figuras mais emblemáticas: o homem que dançava o “Miudinho” como ninguém mais.

Carismático, elegante e imponente, Bira foi muito mais do que um ritmista ou puxador de refrão. Ele era símbolo de uma geração que moldou o samba como o conhecemos hoje — com banjo, tantã, repique de mão e uma linguagem própria nas rodas do subúrbio carioca.

As inovações do Fundo de Quintal no samba

1. Tantã (substituindo o surdo)

  • Criado por Sereno para tocar com as mãos, o tantã tem estrutura de madeira ou alumínio, com som menos intenso que o surdo tradicional — permitindo mais clareza ao conjunto rítmico. Foi fundamental para reformular a base das rodas de samba

2. Repique de mão

  • Adaptado por Ubirany a partir de repinique de escola, o instrumento passou a ser tocado com dedos, ganhando abafadores e aro rebaixado. Seu timbre agudo e suas viradas rápidas se tornaram marca registrada do samba‑pagode.

3. Banjo com braço de cavaquinho

  • Inovação de Almir Guineto: pegou o banjo de cinco cordas e adaptou um braço de cavaquinho, resultando em instrumento com volume ideal para rodas sem amplificação e com sonoridade mais leve e africana.

4. Renovação no samba

Além das modificações nos instrumentos, o grupo também:

  • Popularizou o partido‑alto nas rodas suburbanas, recuperando raízes do samba tradicional de forma moderna
  • Estabeleceu o termo e gênero pagode, com encontros em quintais e sedes de bloco que romperam o formato “clube” do samba carioca
  • Introduziu um novo estilo harmônico e percussivo, mais refinado e com leveza, que influenciou toda a cena musical do samba nas décadas seguintes

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