Entenda as acusações da Polícia Federal contra Alexandre Pires
Mansão US$ 16 milhões, 200 carros e possível relação com garimpo ilegal...
O cantor Alexandre Pires está na mira da Polícia Federal e, talvez, os versos “o que eu vou fazer com essa tal liberdade?” soem um tanto agridoces no momento. Matheus Possebon, seu empresário, também está sob investigação e foi preso nesta manhã. Tudo por uma possível ligação de ambos com o garimpo ilegal em terras Yanomami, em Roraima.
O cantor teria recebido pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Matheus é suspeito de financiar a exploração na terra indígena Yanomamim e seria um dos “responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes”, aponta a PF.
A investigação foi aberta no ano passado depois de a Polícia Federal apreender quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente. O material, recuperado em janeiro de 2022, estava na sede de uma das empresas suspeitas e seria enviado ao exterior.
Entre os crimes investigados, está o de lavagem de dinheiro. A polícia rastreou as movimentações financeiras de uma mineradora investigada e chegou a diversas contas bancárias, como a do cantor. A rede incluiria ainda pilotos de aeronaves, postos de combustíveis e lojas de máquinas.
Na última segunda-feira (4), a Operação Disco de Ouro aplicou mandados de busca e apreensão em endereços de propriedade de Alexandre Pires. Em 2021, o cantor decidiu colocar uma de suas mansões, com uma boate e salas de massagem, à venda. O valor somava R$ 16 milhões.
Andou errado, pisou na bola?
Para cumprir a ordem de buscas, equipes da PF foram até um cruzeiro onde Alexandre Pires se apresentava, no litoral de Santos, nesta segunda. De acordo com o Metrópoles, o artista chegou a se trancar em uma das cabines de um cruzeiro atracado em Santos (SP) após a chegada das equipes, e os investigadores precisaram aguardá-lo sair. A suspeita é de que ele temia ser preso.
O inquérito policial indica que o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba, no Pará, e supostamente transportado para Roraima para tratamento. De acordo com investigadores, no entanto, a operação seria somente no papel, já que o minério teria sido explorado do próprio estado de Roraima.