Em entrevista exclusiva, aespa fala sobre relação com fãs: ‘Somos humanas’
Grupo falou com Billboard norte-americana durante ensiao fotográfico
Horas após o início da sessão de fotos para o Billboard Women in Music, as integrantes do grupo de K-pop aespa estão se divertindo. Risadinhas agudas reverberam pelo estúdio, enquanto Winter, Karina, Ningning e Giselle fazem cócegas nas laterais umas das outras, falam com vozes engraçadas e brincam com as alças de seus figurinos de palco de couro.
É hipnotizante assistir as quatro meninas, na faixa dos 20 anos, sendo tão reais, não apenas porque elas são um dos grupos mais polidos do K-pop — o que demonstram ao se recompor rapidamente assim que o fotógrafo está pronto novamente —, mas também porque o aespa tem uma predileção particular pelo surreal. O grupo da SM Entertainment debutou em 2020 com a primeira formação do K-pop a contar com membros humanos e virtuais, emparelhando cada menina com um avatar de inteligência artificial (IA) como parte de um metaverso musical cyberpunk, marcado por hiperpop sombrio, com batidas 808, e looks ousados e estilosos.
Desde então, o grupo tem aproveitado seu nicho para alcançar um sucesso de crossover sem precedentes — em novembro, o mini-álbum “Whiplash” fez com que se tornassem o primeiro girl group do K-pop a ter seis projetos atingindo o top 50 do Billboard 200, e acabaram de concluir sua segunda turnê global de arenas — e uma reputação por ser um dos grupos “mais aventureiros e contemporâneos” do gênero, como afirmou seu colaborador Jacob Collier à Billboard em janeiro.
Mas, olhando para o futuro, o grupo do ano no Billboard Women in Music de 2025 também quer se concentrar em algo potencialmente ainda mais subversivo: mostrar que, por trás das personas, suas integrantes são apenas aquelas meninas da vida real soltando a pressão entre os flashes das câmeras. “Nós não somos IA de verdade, temos dias em que não nos sentimos tão bem”, diz Giselle, uma vez que as quatro estão sentadas juntas no sofá. “Nossa história pode ser divertida de acompanhar, mas quero que os fãs olhem para o aespa também pelas nossas características humanas”.
Por que você acha que o aespa ficou conhecido como um grupo que dita tendências?
Giselle: Sempre haverá tendências, mas não seguimos porque não podemos. Temos nossa própria história para contar, que foi definida desde o início.
Winter: Normalmente falamos mais sobre nós mesmas do que sobre o amor [nas nossas letras]. Somos as protagonistas das nossas histórias.
Karina: Somos honestas. Claro, você tem que ser profissional e apresentar o melhor de si, mas também tentamos mostrar o lado imperfeito. Não estamos tentando filtrar tudo ou mascarar demais quem somos.
O que vem a seguir na evolução do aespa?
Ningning: Começamos com o conceito dos avatares, mas agora estamos nos esforçando muito para explorar diferentes conceitos e temas. No futuro, pode haver momentos em que os fãs não vejam os avatares.
Karina: Queremos que o aespa seja um grupo muito estiloso, não apenas em moda e música, mas também em termos de versatilidade e excelência em todos os gêneros. Também quero que todas as nossas integrantes brilhem individualmente, seja quando estamos juntas ou até quando não estamos.
Quais são suas artistas favoritas/desejos de colaboração no momento?
Ningning: Doechii. Eu só gostaria muito de conhecê-la.
Winter: Billie Eilish. Ela é tão boa em expressar seus sentimentos sinceros através da música.
Karina: Olivia Dean. Sempre que preciso encontrar compostura, ouço ela.
Giselle: SZA. A música dela é impossível de enjoar — e muito relacionada à realidade.
Como vocês se apoiam como grupo feminino?
Ningning: Somos de países e ambientes diferentes, mas já estamos fazendo isso há cinco anos. Elas estão sempre lá por mim. Trabalhar com a mentalidade de que estamos nisso juntas torna mais fácil lidar com situações e emoções desafiadoras.
Winter: Eu não acho que conseguiríamos ter chegado até aqui sozinhas. Tivemos que superar certos obstáculos, mas com o apoio umas das outras, conseguimos seguir em frente. (Karina dá risada enquanto Giselle começa a cutucá-la afetuosamente.) Essas meninas são muito preciosas para mim.
