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Dinho Ouro Preto relembra luta contra as drogas: ‘Você é controlado’

Dinho Ouro Preto relembra luta contra as drogas: ‘Você é controlado’

Vocalista do Capital Inicial relembrou momentos difíceis da carreira

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Dinho Ouro Preto

Aos 60 anos, Dinho Ouro Preto se consagrou, ao lado do Capital Inicial, como um dos maiores nomes do rock nacional. Formada nos anos 1980, a banda encerrou recentemente a turnê que celebra as quatro décadas de trajetória. O caminho até aqui não foi fácil. O vocalista enfrentou problemas com drogas e desentendimentos com o grupo ao longo dos anos.

“Fiz tratamento e me livrei. Na real, é o seguinte: você bebe para simular uma sensação de êxtase. E eu precisava de confiança. Depois, você descobre que essa sensação de transformação acontece naturalmente, que você não precisa de nada. Não tem essa história de controle, você é controlado [pelas drogas]”, explica Dinho em entrevista para a Billboard Brasil –o bate-papo está disponível na oitava edição da revista, adquira a sua aqui.

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“Mas a sensação é boa, esse é o problema. Mais tarde, estava ligado à minha falta de confiança e insegurança”, acrescenta o cantor. Dinho ficou afastado do Capital Inicial no final dos anos 1990.

“A pausa foi necessária por vários motivos. Esse foi um deles. Ter aprendido a lidar com a plateia, aprendido a compor com meus discos solo e pelo fato de eu ter fracassado sozinho. Fracassado comercialmente, porque eu acho os discos mais legais que fiz. Acho que isso me fez bem também. De você aprender que não deve se deixar ficar embevecido pelo sucesso nem destruído pelo fracasso. Isso dá uma humanizada, porque é fácil ficar embevecido com tudo isso”, conta.

capital inicial
Capital Inicial (Leo Aversa/Divulgação)

O cantor retornou para a banda em 1998.

“Esse período de quatro anos longe do Capital foi bom, embora difícil. Conheci minha mulher, Maria Cattaneo, nesse momento. Comecei a frequentar o After Hours e o Hells Club. Virei um clubber maluco, assíduo. A porta da minha casa, na São Luís, ficava aberta, entrava quem quisesse. Entrava e saía gente o tempo todo, tinha gente que eu não conhecia. Eu ia a muitas baladas, festas. Eu dormia de dia todos os dias”, relembra Dinho.

“A Maria pegou o finzinho disso. Lembro de levá-la. Era tudo divertido, mas fui lentamente me afastando dos excessos. Em 1997, nasceu a nossa primeira filha. A segunda, em 1999. Eu retorno para o Capital em 1998. Minha vida foi, lentamente, voltando. O Capital se tornou uma banda melhor com toda essa bagagem da primeira fase e da intermediária. Você pode argumentar que no começo havia uma espontaneidade que se perdeu com o tempo. Mas eu me tornei um músico melhor.”

Dinho Ouro Preto
Dinho Ouro Preto (Bruno Fioravanti)

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