Você está lendo
Dead Fish abre Lollapalooza 2025: ‘Meu nome não é Olivia, mas sou Rodrigo’

Dead Fish abre Lollapalooza 2025: ‘Meu nome não é Olivia, mas sou Rodrigo’

Banda capixaba entrega hardcore, discurso afiado e brincadeira com headline

Avatar de Guilherme Lucio da Rocha
A banda Dead Fish abre o Lollapalooza 2025 (Sidinei Lopes @sidineilopes))

“Hoje é o dia da revolução!”. Com a frase que dá início a canção “A Urgência” — mas que poderia ser um novo encerramento do “Manifesto Comunista”, de Karl Marx e Friedrich Engels — a banda capixaba Dead Fish abriu os trabalhos do palco principal do Lollapalooza 2025 no início da tarde desta sexta-feira (28).

É um lugar comum dizer que ser a primeira banda a se apresentar em um festival é uma missão ingrata. Calor, público chegando e outros tantos poréns fazem com que essa “estreia” se torne uma missão complicada. Mas parece que a decisão do Lollapalooza em foi acertada.

VEJA TAMBÉM
A banda Inhaler

 

Dead Fish no Lollapalooza 2025
Dead Fish no Lollapalooza 2025 (Van Campos/AgNews)

No ano passado, o Rancore esteve no mesmo lugar e entregou um ótimo show. Mas a banda, que estava em hiato há quase uma década, tinha a nostalgia a seu favor. Já a banda de Vitória (ES) está na estrada há mais de 30 anos, sendo, atualmente, a maior referência do hardcore nacional. Seu maior trunfo é a energia e foi exatamente isso que eles entregaram.

Como foi o show do Dead Fish no Lollapalooza 2025

Durante a cerca de 1h de show, Rodrigo Lima, vocalista da banda, corria para lá e para cá, como faz nos shows do Dead Fish em casas menores. Parece que o grupo não sentiu a pressão do estádio grande e de um público que, em sua grande maioria, estava ali apenas aproveitando uma espécie de momento transitório.

No entanto, mesmo quem estava apenas no modo espera, foi cativado pelo grupo.

O feijão com arroz entregue pelo Dead Fish pode até ter feito quem já foi em um show da banda se sentir num “dejà vu”, com um set list comum — e, obviamente, encurtado — e alguns cacos (falas entre as músicas) já batidos, mas não menos importantes, como a celebração do enquadramento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no banco dos réus. Porém, o grupo se esforçou para entregar. E usou da simpatia de seu front man.

Dead Fish abre o palco principal do Lollapalooza 2025 (Van Campos_AgNews (1)
Dead Fish abre o palco principal do Lollapalooza 2025 (Van Campos/AgNews)

Para animar aqueles que não eram fãs, Rodrigo tirou sarro com sua relação com Olivia Rodrigo, headline do festival no sábado (29). “Meu nome não é Olívia, mas também sou Rodrigo! Por favor, me aplaudam”, brincou, antes de pegar um leque roxo do público e abanar durante toda a canção “Estaremos Lá”.

A música em questão, inclusive, é uma crítica à ditadura militar (1964-1985), mais precisamente ao general Golbery do Couto e Silva, um dos criadores do Serviço Nacional de Informação (SNI).

Surpreendendo um total de 0 pessoas, o Dead Fish fez um show bem político mas que se propôs a fazer uma ponta com uma nova geração que talvez nem estivesse tão interessada em ouvir os riffs de uma das maiores bandas nacionais.

“Vocês, jovens, estão prontos para os próximos 20 anos, com o fi do capitalismo? Se estivermos juntos, nada destrói a gente”, resumiu Rodrigo.

A banda Dead Fish abre o Lollapalooza 2025 (Sidinei Lopes)
A banda Dead Fish abre o Lollapalooza 2025 (Sidinei Lopes @sidineilopes)

 

 

Mynd8

Published by Mynd8 under license from Billboard Media, LLC, a subsidiary of Penske Media Corporation.
Publicado pela Mynd8 sob licença da Billboard Media, LLC, uma subsidiária da Penske Media Corporation.
Todos os direitos reservados. By Zwei Arts.