De frentista a estrela do forró: saiba quem é a cantora Vitória Freitas
Cantora de 24 anos conversou com a Billboard Brasil sobre a carreira
Revelação do forró, Vitória Freitas percorreu um longo caminho até conquistar os palcos pelo Brasil. A cantora de 24 anos, nascida e criada em Cruzeiro do Sul, no Acre, é dona de hits como “Não Foi Pela Hilux” e “Galopadona”. Antes da fama, a jovem trabalhava em um posto de gasolina, vendia lanches com o irmão e foi vendedora em uma loja de maquiagem.
“A música sempre foi a minha válvula de escape para tudo. Quando tinha algum problema, eu buscava o meu refúgio na música e compunha meus sentimentos”, diz Vitória em entrevista para a Billboard Brasil.
Enfrentando a timidez, começou a cantar na igreja e alimentar o sonho de viver da música. “Na minha cabeça, isso seria impossível. O Acre é distante de tudo. Achava que ninguém ia me encontrar aqui, mas tinha aquela esperança”, explica.
“Sei que cada passo influencia e inspira outras meninas que estão me vendo. É um motivo de muita alegria e orgulho, porque eu sei as limitações do meu estado e não é fácil [viver da música]. Tem muita gente talentosa lá.”
Aos 19, Vitória casou e, ao contrário do que imaginava, não deixou a carreira de lado. O marido, Eduardo, a incentivou para criar um canal no YouTube e gravar vídeos. “Minha vida sempre era do trabalho para escola e depois para casa. Eu não saía. Meu primeiro contato com festas foi já para tocar e fazer show.”
Com a pandemia, a jovem precisou pausar o sonho. “Achava que não ia mais dar certo”, diz. Vitória e o marido buscaram formas de viabilizar a carreira da cantora e conheceram a equipe da plataforma de streaming Sua Música.
Com o networking, ela foi apresentada ao time da Luan Produções –escritório conhecido por revelar e consolidar fenômenos como Gabriel Diniz, Wesley Safadão, Márcia Fellipe e outros – e contratada.
“Eu me ajoelhei, comecei a chorar e agradecer Deus. A vida foi me encaminhando para isso e eu não me imagino fazendo outra coisa. Dá trabalho e não é fácil, mas música é a minha vida”, conta Vitória.
A cantora é indígena, descendente da aldeia Puyanawa. “Não consigo trazer essa cultura para a música, mas espiritualmente não tem como você se desvincular. Está no sangue e é muito forte, intenso. Nunca morei na aldeia, mas tenho familiares que estão lá. Também é uma forma de representá-los. Não quero me aproveitar disso, mas é [necessário] dar mais ênfase, porque tem muito preconceito.”
Seu primeiro EP, “Made In Acre”, foi lançado em 2022. Desde então, lançou parcerias, sendo a mais recente delas “Pulseira da Pandora” com Gabi Saiury.
“No começo, meu marido abandonou a profissão para me ajudar. Se tornou um sonho dele também. Pegamos duas malas e fomos para São Paulo. Deixamos tudo para trás. E é outra cultura e bem mais difícil do que eu imaginava. Tem muita competitividade e quando eu cheguei não tinha aquela malícia, noção. Sofri bastante para poder aprender e ainda tenho minhas limitações. Estou em constante aprendizado. Esse ano, ele voltou a trabalhar no Acre. Continuamos pelo mesmo propósito, mas tivemos que nos separar um pouquinho.”