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Como ‘Take On Me’, do a-ha, foi parar em duas séries cruciais de 2025

Como ‘Take On Me’, do a-ha, foi parar em duas séries cruciais de 2025

Hit de 1984 continua vivíssimo e apresentando os 80s para incautos do século 21

Pedro Pascal e Bella Ramsey

Em 2025, a faixa “Take On Me”, do grupo norueguês a-ha, retorna ao centro das atenções ao ser incorporada em momentos significativos de duas séries de destaque: “The Last of Us” (HBO) e Adolescência (Netflix).

Exibido na noite deste domingo (4), o quarto episódio da segunda temporada de “The Last of Us” mostra a protagonista Ellie encontrando um violão em uma loja de música abandonada e interpretando uma versão acústica da canção. A cena, marcada por um tom íntimo e melancólico, ocorre diante de Dina, que assiste emocionada. Quando elogiada, Ellie menciona que aprendeu a tocar com Joel, reforçando a conexão emocional com ele mesmo após sua morte.

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Essa escolha musical não é aleatória. No jogo “The Last of Us Part II”, há uma cena em que Ellie canta “Take On Me” para Dina em uma loja de música em Seattle. A adaptação para a série recria esse momento de maneira diferente, mas preserva seu significado, destacando a importância do violão como herança emocional deixada por Joel.

Na minissérie britânica “Adolescência”, lançada pela Netflix em março de 2025, “Take On Me” é utilizada de forma impactante também no quarto episódio. Durante uma viagem de carro, a música toca enquanto a família Miller tenta retomar a normalidade após eventos traumáticos. A cena mostra os pais, Eddie e Manda, compartilhando memórias e cantando juntos, criando um momento de conexão familiar em meio ao caos. A cena é uma das primeiras da série que provocam um certo alívio —ainda que agridoce, tamanha a tensão do episódio.

A série, filmada em plano-sequência, acompanha a história de Jamie, um garoto de 13 anos acusado de assassinar uma colega de escola. Com apenas quatro episódios, “Adolescência” aborda temas como masculinidade tóxica, bullying e o impacto das redes sociais na juventude.

A história de ‘Take On Me’

“Take On Me” originou-se da banda anterior de Pål Waaktaar e Magne Furuholmen (respectivamente, guitarrista e tecladista do a-ha). Eles tinham uma canção chamada “Miss Eerie” quando tinham 15 e 16 anos —”mas que parecia muito com um anúncio de chiclete”, disseram certa vez. Tentando inspiração em The Doors, a música acabou ficando em um limbo de sentimentos mistos: para uns era muito pop, para outros meio dark pop e até “muito cativante”.

Quando se mudaram para Londres, Waaktaar e Furuholmen não viram a cor do sucesso e retornaram logo à Noruega após seis meses de decepção. Foi nessa volta à terra natal que eles se juntaram a um amigo de escola, o cantor Morten Harket, que ouviu a música e disse que o riff de teclado tinha um som de sucesso universal. Os três começaram a trabalhar em demos, incluindo uma nova versão da música, que foi renomeada para “Lesson One” antes de evoluir para “Take On Me”.

Em 2020, o ex-executivo da Warner Brothers UK e da Reprise, Andrew Wickham, apareceu no documentário oficial de aniversário do A-ha (“A-ha: The Making of Take On Me”) , para explicar como o sucesso da música se deveu a várias partes que perceberam o verdadeiro valor da banda. Ele detalhou como a música finalmente se tornou um sucesso mundial ainda amplamente reconhecido hoje. Em 1984, ele era o vice-presidente internacional da Warner Bros Records America e A&R em Londres. Ele disse: “Recebi uma ligação de Terry Slater… Não pude acreditar no que ouvi (na audição da banda) quando ouvi Morten Harket cantar. Pensei: como alguém que parece uma estrela de cinema pode soar como Roy Orbison ? Pensei: isso é inacreditável.”

O single fracassou duas vezes antes de conhecer a luz do sucesso. Ele precisou receber investimentos altos da Warner Bros —após uma insistência de Andrew Wickham, A&R da companhia em Londres. Ele colocou a banda em alta prioridade e aplicou uma estratégia lateral com mais investimento. O colega de trabalho de Ayeroff, John Beug, sugeriu que eles deveriam basear o vídeo em um curta de animação estudantil que ele tinha visto, chamado “Commuter”, de Michael Patterson e Candace Reckinger. O diretor Steve Barron filmou e editou o vídeo, onde alguns dos segmentos foram desenhados por Patterson, enquanto Reckinger fez os mattes, criando um revolucionário videoclipe animado em rotoscopia que levou seis meses no total para ser feito. O single foi lançado nos EUA um mês após o videoclipe e imediatamente apareceu na Billboard Hot 100 e foi um sucesso mundial, alcançando o primeiro lugar em vários países.

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