O mercado da música e do entretenimento muda conforme a tecnologia avança e o público adota novas formas de consumir conteúdo. Surgem maneiras inéditas de contar histórias e criar conexões reais com fãs. É nesse cenário que se consolida o criador mobile. Sempre houve quem registrasse shows e eventos, mas transformar o celular em um estúdio portátil é uma novidade com grande impacto.
Um dos exemplos mais marcantes dessa transformação foi o retorno do NX Zero aos palcos em 2023, após cinco anos longe dos shows. A banda protagonizou uma das turnês mais aguardadas do país e mostrou como o criador mobile vem redefinindo a forma de contar histórias no entretenimento. O público queria sentir cada momento, dos bastidores aos palcos.
Estive na estrada com a banda para captar cada show dessa turnê e logo entendi que o desafio de uma cobertura mobile sempre será eternizar momentos para os que foram, mas também para os que não foram.
A equipe liderou o planejamento estratégico da comunicação da tour, cuidando das redes, da produção de teasers, dos conteúdos de bastidores e da cobertura em tempo real dos shows, transformando cada registro em um novo elo entre a banda e os fãs. Em 12 meses de ação e quase 60 datas divulgadas pelo país, a Tour Cedo ou Tarde atingiu resultados impressionantes.
O teaser de lançamento superou 9 milhões de visualizações, o show de encerramento gerou mais de 4 milhões de views em stories ao vivo e o Reels publicado logo após a última apresentação bateu mais de 1 milhão de visualizações.
Ao final, foram conquistados 163 mil novos seguidores e registrado um crescimento expressivo nas redes. O legado que fica não está apenas nos likes ou nos novos seguidores das redes, mas nos conteúdos que permanecem na memória dos fãs e que ajudam a manter viva a conexão com a música.
Esses resultados não surgem por acaso e o criador mobile foi peça-chave para sustentar a narrativa da turnê e manter viva a relação entre banda e público. Se a forma de produzir mudou, a maneira de consumir também evoluiu. As pessoas buscam formatos imediatos, como os Shorts do YouTube, que ultrapassaram 70 bilhões de visualizações diárias desde seu lançamento em 2021, segundo dados divulgados pela plataforma em 2024. Esse formato curto, com até 60 segundos, abriu novas possibilidades para os criadores.
Neste ano, o Instagram atingiu a marca de 3 bilhões de usuários mensais, reforçando sua posição como uma das redes mais populares do mundo. No ano anterior, a Meta, responsável pela plataforma, havia divulgado que os Reels já representavam mais de 50% do tempo gasto pelos usuários no aplicativo, dado que reforça o foco da empresa em formatos audiovisuais e consolida o vídeo como um dos hábitos de consumo mais fortes do mundo digital.
O caso do NX Zero evidencia como a agilidade do criador mobile mudou a forma de se comunicar com o público. Mais do que uma pessoa que faz a câmera no evento, ele é um narrador em tempo real. Precisa dominar técnica, narrativa visual e acompanhar tendências. Seu alcance supera barreiras geográficas e sua visão autoral gera uma conexão genuína com os fãs. Esses elementos resultam em engajamento, fortalecem comunidades e ampliam a experiência além da presença física em um show.
Um criador mobile consegue ser sua própria equipe, com capacidade de gravar, editar e publicar em tempo real, entregando resultado profissional em minutos. Isso mudou o jogo, colocando-o como parte essencial das estratégias de comunicação e marketing do entretenimento. Essa é uma entrega que amplia o alcance dos artistas, potencializa vendas de produtos e atrai marcas interessadas em associar-se a nomes com alto engajamento digital. Mais do que registrar, o criador mobile ajuda a construir histórias que conectam pessoas, fortalecem a experiência ao vivo e mantêm a música em movimento.
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Caroline Steinhorst é sócia e diretora da b+ca
