A engrenagem que fez a ‘Tardezinha’, de Thiaguinho, retornar aos palcos
Nostalgia, números milionários, pagode no pé –e muito trabalho
Uma roda de pagode entre amigos virou uma das maiores turnês do Brasil. A história do projeto “Tardezinha”, de Thiaguinho, poderia virar até documentário –e, bem, já virou mesmo.
O sucesso dos shows que levam Thiago Barbosa a diversos cantos do país cantando os maiores sucessos do samba e do pagode ao lado de amigos e colegas da indústria fez tanto sucesso em 2020 que, três anos depois, voltou para a estrada com força total.
A Billboard Brasil conversou com Thiaguinho, o sócio (e ator) Rafael Zulu e com Rafael Liporace, que também idealizou o projeto, para entender a engrenagem por trás do fenômeno que botou o Brasil para dançar.
Por que a Tardezinha voltou?
Tem motivo melhor para voltar com algo ou alguém do que saudade? É o que Zulu justifica. “Todos nós estávamos sentindo falta da ‘Tardezinha’, assim como o público. Já tinha tempo desde a última edição e, no final do ano passado, eu e o Thiago conversamos e sentimos que precisávamos voltar com o projeto”, conta.
Thiaguinho, por sua vez, acrescenta mais sentimentos à poção: “Retornar este ano foi motivado pela quantidade enorme de pedidos que tivemos para a ‘Tardezinha’ voltar. Foi uma maneira de retribuir todo o amor que recebi e recebo”, diz.
Rafael Liporace, que lidera o time de operações da “Tardezinha”, via que o projeto não cabia em uma live, e que as pessoas gostariam de celebrar a retomada da “vida normal” após o momento crítico da pandemia de covid-19.
Por isso, a equipe planejou por seis meses os shows, anunciados no fim de 2022, para realizá-los neste ano.
Quem faz o projeto acontecer?
Liporace conta que o projeto –que, por sua magnitude, foi transformado numa empresa– conta com cinco sócios. Esses sócios gerem uma equipe de cerca de 90 pessoas, incluindo o time que viaja na turnê, a parte artística, staff, e equipe em geral.
É essa equipe que também trouxe novas características ao show e sua suas formas de inclusão. Como a adaptação do show para libras, campanhas de lixo zero, e uma parceria com a Secretaria da Mulher.
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Os números do Tardezinha
Nada de “numerozinhos” por aqui, viu? Até agosto deste ano, 600 mil pessoas viram a “Tardezinha” pelo Brasil, com recorde de público no Rio de Janeiro: 90 mil pessoas . A apresentação conta com o ingressos custando, em média, R$ 185 por cinco horas de show.
Os 28 shows da turnê tiveram investimento de cerca de R$ 90 milhões. O faturamento, até agosto, foi de R$ 200 milhões, segundo os sócios.
O efeito ‘Tardezinha’
O sucesso da “Tardezinha” que, em seu primeiro ciclo de shows, passou por 90% das capitais do país (feito inédito para um cantor nacional), influenciou outros espetáculos de pagode a desbravarem o país e oferecerem a experiência de uma festa com diversas horas, open bar, e música boa.
“O pagode é um gênero musical muito contagiante e animado, capaz de unir pessoas e criar uma atmosfera de celebração e alegria. Além disso, a música tem o poder de nos transportar para momentos felizes e nos fazer esquecer temporariamente das preocupações do dia a dia. Acredito que o público esteja buscando exatamente isso: um momento de descontração e diversão, especialmente após o período desafiador da pandemia”, afirma Thiaguinho.
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Zulu, por sua vez, acrescenta outro aspecto que pode explicar o sucesso desses shows, e de outros espetáculos que estão rodando o Brasil nos últimos meses.
“Quando o Thiaguinho e os outros convidados cantam, eles relembram músicas que crescemos ouvindo, então acredito que exista também essa questão afetiva e nostálgica, que faz com que as pessoas queiram ir”, conta.
É o fim da ‘Tardezinha’?
Depois de muita especulação, Thiaguinho confirmou que o show do ciclo de 2023 da “Tardezinha” se encerra no dia 17 de dezembro na Neo Química Arena, em São Paulo. Mas isso não quer dizer que o pagode não cante novamente… pelo menos daqui a algum tempo.
“A ‘Tardezinha’ virou uma marca poderosa, com muitas derivações”, afirmou Zulu. “Mas é certeza que ele não termina em dezembro deste ano, mas, assim como foi em 2019, temos certeza que o sol vai raiar novamente”.
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