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Alanis Morissette conduz seu culto indie espiritualizado no Lollapalooza 2025

Alanis Morissette conduz seu culto indie espiritualizado no Lollapalooza 2025

Cantora transforma Lollapalooza 2025 em celebração com show catártico

Avatar de Claudia Assef
Alanis Morissette (Reprodução/ Multishow)

Pouco depois das 20h, os primeiros acordes de Hand in Pocket convocaram os fiéis para a missa que estava prestes a acontecer no vale do palco Samsung: a cantora canadense Alanis Morissette estaria finalmente estreando no Lollapalooza 2025.

O chamado foi atendido em massa, e em instantes o público foi brotando de todos os cantos, atravessando ativações, mar de lama, ambulantes vendendo batata, até chegarem o mais perto possível da mãe de todas as garotas indies. 

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A aglomeração foi digna de um conclave, só que aqui, em vez de um Papa, uma Papisa.

Quando surgiu nos anos 90, com sua força e técnica vocal aliada à sua canetada afiada, feminista, sincera, ela arrastou caras da alta roda do rock alternativo mundial para tocar com ela: Flea (Chili Peppers) e Dave Navarro (Jane’s Addiction) foram alguns dos nomões que gravaram com ela o hoje clássico Jagged Little Pill, disco que a lançou para o Olimpo da fama, em 1995, e vendeu mais do que pipoca em São João. 

Alanis encanta o público com performance icônica (Reprodução/Multishow)
Alanis encanta o público com performance icônica (Reprodução/Multishow)

Outro de seus súditos foi o saudoso Taylor Hawkins, que ficou conhecido como baterista de sua banda de turnês antes de ser convocado para o Foo Fighters.

Algumas das particularidades que marcaram a persona de Alanis no início da carreira e seguem com ela até hoje. Vamos começar pela técnica vocal, que a permite ir da ópera a um agudo quase metaleiro em segundos, sem tirar o sorriso do rosto. E os falsetes, sua marca registrada, uau! Vinte e cinco anos, seu gogó segue sem defeitos como pudemos ouvir em alto e bom som do topo das colinas do Autódromo de Interlagos.

Segundo: sua habilidade de escrever letras que nos pegam pelo estômago, que jogam na nossa cara como somos todos uns seres humaninhos que temos tanta caminhada até aprender alguma coisa. 

Alanis parece que nasceu coach e poderia trilhar caminhos no campo da espiritualidade, feminismo e até auto-ajuda.

Sua busca espiritual, aliás, foi uma forma de fugir da fama que quis transformá-la em popstar. Ela porém preferiu seguir com os pés no chão e foi buscar no divino interior maneiras de continuar sendo uma pessoa comum, hoje aliás casada e com três filhos.

Seu retorno ao Brasil acontece apenas dois anos depois da passagem pelo Allianz Parque com a turnê de celebração do seu disco de estreia, que completou bodas de prata na pandemia. 

Como uma maestra experiente, Alanis soube jogar com a dinâmica, alternando momentos introspectivos com rockões que marcaram sua carreira, os mais frenéticos acompanhados de suas longas caminhadas (inclusive de ré) pelo palco todo.

Que sorte (ou melhor, que boa contratação) ter Alanis coroando o sabadão de um dos maiores festivais do Brasil. E que afago na alma perceber que sua presença continua amealhando tantos fiéis. 

Pois foi nesse clima de missa de domingo, com ouvindo atentos e olhares fixos na nossa pastora, que fomos abençoados por Alanis.

Confira o setlist da  sacerdotisa Alanis Morissette no Lollapalooza 2025

Hand in My Pocket
Right Through You
Reasons I Drink
A Man
Hands Clean
Can’t Not
Lens
Sorry to Myself
Head Over Feet
Forgiven
You Learn
Would Not Come
Smiling
Rest
Mary Jane
That I Would Be Good
Perfect
Ironic
Not the Doctor
Are You Still Mad
All I Really Want
Sympathetic Character
You Oughta Know
Uninvited
Thank U

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