Adepta do pop confessional, Ana Laura Lopes fala de solidão em ‘Meu Endereço’
Disco marcou a mudança da cantora da Belo Horizonte natal para Curitiba
Nos últimos tempos, a música pop tem sido dominada por um estilo batizado de “confessional”. Como o próprio nome indica, são composições criadas a partir de experiências pessoais de quem as interpreta. As popstars Taylor Swift –que destrincha cada rompimento em singles de sucesso–, Selena Gomez e Demi Lovato estão entre nomes de referência dessa vertente.
O pop confessional é também bastante comum no Brasil, em especial as intérpretes da nova geração. Uma delas é Ana Laura Lopes, de 23 anos, que no final de maio lançou o disco “Meu Endereço”. Ela traz, consigo, o feito de ter atingido 15 milhões de plays e 45 milhões de streams com “Fantasma”, single de agosto de 2024.
“Meu Endereço” foi gravado em Curitiba, cidade para onde Ana Laura se mudou no final de 2024. “Deixei minha família, amigos e tudo em Belo Horizonte para poder produzir minhas músicas aqui, e essa experiência foi extremamente transformadora. Amadureci muito e tive um processo profundo de autoconhecimento, o que influenciou diretamente as letras das minhas canções e a forma como eu as componho”, diz ela, em entrevista para a Billboard Brasil. “Às vezes eu acordava às três da manhã para escrever. Foi necessário viver sozinha e me descobrir de verdade”, complementa.
Como estamos falando de pop confessional, muitas das composições –escritas em parceria com o produtor Rafa Bicalho– falam de problemas existenciais, em especial a solidão. “A parte mais difícil de transformar em música foi realmente a solitude, isso é algo que eu aprendi a gostar morando sozinha através das minhas experiências. Cada vez eu fui gostando mais de aproveitar a minha própria companhia e isso influenciou muito na minha personalidade. Quando eu quis compor sobre isso, quis trazer de uma forma leve, não que parecesse um sentimento de solidão, e sim de gostar de estar comigo mesma, para inspirar outras meninas.”
Um dos destaques do disco é a participação especial da cantora Marvvila. Ela surge na canção “Danças na Cozinha”, um pagode. “Tinha certeza que queria um feat pra essa faixa e preferia que fosse uma mulher, eu tinha isso já em mente. E foi quando eu pensei na Marvvila. Fui para o Rio, nos conhecemos e nos tornamos amigas. Assim nasceu essa música tão linda e com a voz dela deu esse contraste muito legal. ‘Danças na Cozinha’ traz essa leveza pro disco e a sensação de estar em casa em um domingo à tarde”, explica Ana Laura.
“15 músicas com vibes muito diferentes, mas que combinam muito com o que eu gosto de ouvir e foi incrível perceber nos, reacts principalmente, as pessoas reagindo ao disco e comentando sobre o quanto as 15 músicas trouxeram pluralidade musical e gêneros musicais diferentes todos dentro de uma mesma estética, que é o álbum. Isso é muito especial pra mim como compositora, como artista”, conclui.