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Oruã acusa roda de samba e prefeitura de ameaças durante evento gratuito no RJ

Oruã acusa roda de samba e prefeitura de ameaças durante evento gratuito no RJ

Revelação indie fluminense, quarteto pediu "respeito"; banda toca no Lolla 2026

A banda Oruã, revelação do indie fluminense e atração do Lollapalooza 2026, protestou contra o Samba da Volta e a Prefeitura do Rio de Janeiro após uma série de ações que desmantelou show gratuito, realizado neste sábado (30) no Centro do Rio. Em comunicado, a banda pediu “respeito” e denunciou ameaças após ter de cancelar o evento por motivos de segurança. A roda de samba nega envolvimento na dissolução do evento.

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O quarteto comemorava, em um evento chamado “Fechamento”, os 12 anos de atividade do Escritório, espécie de QG da banda e do selo Transfusão Noise Records. “A banda foi formada ali e tinha acabado de voltar de uma turnê de 25 datas na Europa onde cruzamos mais de 10 países”, começa o comunicado. “Muitas pessoas não entenderam o porque de o nosso show ter acabado tão rápido”, continua.

Vizinhos do Espaço Cultural Luiz Gama, o “Fechamento” enfrentou ameaças de produtores do espaço que organizavam a roda de samba Samba da Volta, um dos eventos mais celebrados do Rio de Janeiro. Foi a partir dos companheiros de rua que surgiram os primeiros movimentos pouco simpáticos aos fãs de distorção: um caminhão de gelo bloqueava a entrada do prédio e, após pedidos repetidos para a remoção do veículo, vieram as primeiras ameaças. “Pedimos algumas vezes. Tiraram [o caminhão], deixando uma poça enorme de água na frente. Um dos produtores veio até nós e disse que tínhamos enchido o saco dele e que estávamos fazendo um evento irregular”.

De acordo com a comunicação do Samba da Volta, o espaço utilizado pela roda também compreende a garantia de livre fluxo do VLT que também compartilha a Rua da Constituição. “[Ao produtor] ocorreu a preocupação de que a situação fosse imputada ao Samba da Volta que, para atender as exigências das subprefeitura, obter os documentos legais e poder acontecer ali (mesmo sendo um espaço privado), precisa se responsabilizar pela não-obstrução da via. Isso inclui arcar com divisores de fluxo para fila, seguranças e guardas que auxiliam no trânsito.”, respondeu o SDV por meio de nota.

A banda Oruã alega, ainda, que um funcionário da Subprefeitura do Centro Histórico do Rio de Janeiro também surgiu fazendo ameaças durante o show. “Fez ameaças dizendo que, se o som nã parasse, ia apreender os instrumentos. Paramos o show faltando cinco músicas pensando na segurança das pessoas que estavam no evento, que não eram poucas”.

“Eu nem sabia o nome do evento [vizinho]“, iniciou Lê Almeida, nome militante há quase 25 anos no cenário indie do Rio de Janeiro. “Agora que vi a galera comentando ‘Samba da Volta'”, disse à Billboard Brasil. “Estamos nesse endereço há 12 anos, o evento na rua existe há pelo menos oito. Não queremos causar nenhuma situação constrangedora. Tem que aceitar e respeitar!”, continua pelo comunicado.

Procurado pela Billboard, o Samba da Volta também expressou que não teve “qualquer envolvimento na suspensão da apresentação”. “Ressaltamos que a realização dos nossos eventos no Espaço Luiz Gama são feitas em parceria com um produtor cultural, citado na publicação, que é o responsável tanto pela gestão do espaço quanto pela regularização de todos os eventos de diversos artistas que acontecem no local”.

A nota na íntegra pode ser lida abaixo:

“Comentários em um post nas redes sociais relacionam o Samba da Volta à interrupção de um evento que acontecia na rua, ao lado do Espaço Luiz Gama, no último sábado (30 de agosto), e declaramos que não tivemos qualquer envolvimento na suspensão da apresentação, que só soubemos ao chegar ao local para o nosso samba.

Ressaltamos que a realização dos nossos eventos no Espaço Luiz Gama são feitas em parceria com um produtor cultural, citado na publicação, que é o responsável tanto pela gestão do espaço quanto pela regularização de todos os eventos de diversos artistas que acontecem no local.

De acordo com a produção do Espaço Luiz Gama, ao notar a ocupação quase total da rua, obstruindo a passagem de carros e dos trilhos do VLT (conforme consta nos vídeos da postagem), lhe ocorreu a preocupação de que a situação fosse imputada ao Samba da Volta que, para atender as exigências das subprefeitura, obter os documentos legais e poder acontecer ali (mesmo sendo um espaço privado), precisa se responsabilizar pela não-obstrução da via. Isso inclui arcar com divisores de fluxo para fila, seguranças e guardas que auxiliam no trânsito.

O intuito do produtor ao contatar os organizadores do evento vizinho foi o de alertar sobre a situação, considerando as condições impostas ao Espaço Luiz Gama, em relação à ordem pública, para o Samba da Volta poder existir.

Nenhuma denúncia foi feita por parte do produtor do espaço ou qualquer outra pessoa relacionada ao Samba da Volta. Para realizarmos nossos eventos no Luiz Gama, seguimos exigências legais e protocolos específicos com as autoridades, que não se estendem a outros espaços. O Samba da Volta, seus integrantes e organizadores, possuem absoluto respeito a todas as manifestações culturais, mas não têm qualquer responsabilidade na mediação entre o poder público e outras atividades que não sejam a nossa própria roda”.

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