Voz potente do novo pop baiano, Larissa Luz prepara disco para 2025
A cantora brilhou no musical 'Torto Arado' e lançou o EP 'Fio Pavio'


Há tempos que o pop baiano tem dado exemplos de criatividade infinita. Seja através de banda celebradas como BaianaSystem, intérpretes da categoria de Luedji Luna e rappers de rimas instigantes como Baco Exu do Blues, o cenário da Bahia é um exemplo de renovação.
A cantora e atriz Larissa Luz está entre os nomes mais importantes dessa nova constelação do pop. Ela, que foi revelada no Ara Ketu –assumiu os vocais do grupo de axé music de 2007 a 2012– tem se destacado tanto no meio da música como na atuação.
Larissa lançou, no início de novembro, o EP “Fio Pavio”. Produzido por Rafa Dias, do grupo ÀTTØØXXÁ, ele é composto de quatro canções, que se alternam entre a mistura de música eletrônica e ritmos afro-baianos (casos das pesadas “TUTUTU” e “Ritual Baile”, cuja frequência abissal exige caixas de som potentes) a “Paz Terrível” e “Queima”, canções de acento soul. “Eu e Rafa temos um match e consegue transbordar a nossa personalidade”, diz Larissa, em entrevista para a Billboard Brasil.
“Fio Pavio” debutou ao vivo, no festival Afropunk, realizado em novembro na cidade de Salvador. “Quis mostrar as faixas primeiramente ao vivo porque acredito que sentir primeiro no corpo fazia muito sentido. O disco é sobre essa energia que faz a gente realizar , nada mais apropriado do que fazer essa primeira audição ali no meio do fervo! Experimentando e vivendo o ritual”, declara Larissa.
A música é somente uma das frentes da cantora, que também brilha no teatro. Em 2018, Larissa foi uma das intérpretes do musical sobre a vida de Elza Soares. Atualmente, está no elenco de “Torto Arado”, musical baseado no livro de Itamar Vieira Junior. Larissa, aliás, é a estrela de um musical tipicamente brasileiro, onde o canto rasgado se sobrepõe às técnicas da Broadway. “ O destino me conduziu dentro da perspectiva brasileira”, declara.
“Fio Pavio” é o aperitivo de um novo disco, que deverá chegar em 2025. E aproveitando a frase inicial, o que existe de tão especial no pop baiano atual? “A gente consegue criar um método próprio de produç ão e distribuição. O povo tem consciência de sua própria história”, conclui.