Vai ter Cacique Cobra Coral no The Town?
Previsão do tempo aponta chuva para quatro dos cinco dias do festival


A previsão do tempo aponta que, dos cinco dias de música no The Town, quatro terão os acordes e beats acompanhados pela chuva. De acordo com o site Climatempo, haverá pancadas de chuva nos dias 2, 3, 9 e 10 de setembro, poupando os frequentadores apenas no feriado do dia de 7 de setembro. E, tratando-se de um festival com base carioca, nos resta perguntar:
Cadê o Cacique Cobra Coral?
A Fundação Cacique Cobra Coral (FCCC), que garante ter protegido várias edições do Rock in Rio dos temporais que costumam se abater sobre a Cidade Maravilhosa em setembro, já foi grande parceira do festival, mas não é mais. O hiato na parceria começou na edição de 2015. Ou seja, em 2017, 2019 e 2022 o Rock in Rio já não contava mais com os trabalhos da Fundação.
A Cobra Coral teve seu início em 1931, após o médium Ângelo Scritori ter se mostrado apto a manifestar o espírito de Padre Cícero. E foi por meio desse canal que uma mensagem espiritual guiou sua filha, Adelaide Scritori, ao contato com outra entidade capaz de afetar as condições climáticas.

A parceria vem desde o Rock in Rio III, em 2001, quando o evento contratou a médium Adelaide para impedir que a chuva atrapalhasse os shows. Contudo, foi durante um ensolarado setembro de Rock In Rio VI, em 2015 — em que os céus azuis não davam indícios de que um temporal pudesse desabar sobre a Cidade do Rock — que a parceria amargou: exatamente no último dia, o inesperado ocorreu.
À época, um representante da FCCC explicou que a médium se atrasou 30 minutos para chegar ao local do evento pois houve uma confusão com o adesivo do estacionamento. Quando finalmente conseguiu entrar, era tarde demais: a chuva já tinha começado.
As edições de 2017 e de 2019 seguiram sem o contrato — em ambas, a Cidade do Rock foi castigada pelo mau tempo.
No site da fundação, consta que o espírito que dá nome à entidade “já teria sido Galileu Galilei e Abraham Lincoln”. De acordo com FCCC, sua missão é “minimizar catástrofes que podem ocorrer em razão dos desequilíbrios provocados pelo homem na natureza”.
A entidade incorporada pela médium tem um longo histórico de previsões meteorológicas para eventos como a festa de Réveillon do Rio de Janeiro e as Olimpíadas. Oficialmente, houve uma parceria com o governo de São Paulo durante a gestão José Serra (e que não foi encerrada durante a gestão João Dória).
A fundação diz também ter sido acionada para ajudar nas crises hídricas que ocorreram em São Paulo e no Distrito Federal, em 2016 e 2017, na posse do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019, e no desencalhe do navio que entalou no Canal de Suez, em 2021.