Como a turnê do TWICE mudou a história do K-Pop na Austrália
Grupo vendeu mais de 50 mil ingressos em shows no país
A turnê “This Is For” do TWICE, que quebra recordes, é mais do que um marco para um dos grupos femininos definidores do K-pop — é o sinal mais claro de que o pop asiático saiu das margens para o centro da indústria de música ao vivo da Austrália.
Com mais de 50 mil ingressos vendidos em Sydney e Melbourne, e uma configuração de palco 360 graus que algumas arenas dizem ser a maior que já receberam, a série de shows mostra o quão longe o gênero chegou em um mercado que, uma década atrás, poderia ver apenas um punhado de atos asiáticos em turnê a cada ano.
“O K-pop e o Asia Pop como um todo sempre tiveram fãs na Austrália e Nova Zelândia, mas eram definitivamente mais um nicho de gênero”, disse Wenona Lok, principal promotora para Asia Pop na Live Nation Australasia, em entrevista à Billboard.
Os dados da Live Nation mostram um aumento de cerca de 600% nas turnês de Asia Pop e um aumento de 275% no número de artistas em turnê entre 2015 e 2024, crescimento que Lok diz ter acelerado em 2025, à medida que o volume e a escala de produção dos shows continuam a subir.
No ano passado, o estudo “Future South” da empresa nomeou 2024 como o “maior ano de todos” para o Asia Pop na Austrália — um marco que ela diz já ter sido ultrapassado.
O papel do TWICE na mudança cultural
O TWICE está no centro dessa mudança. A turnê atual pela Oceania quebrou oficialmente o recorde de turnê de K-pop mais vendida na região, após a turnê mundial “Ready To Be”, que atraiu 1,5 milhão de fãs em 51 shows em 27 cidades. Na Austrália, elas estão usando o mesmo palco 360 graus visto na Ásia, América do Norte e Europa, transformando cada assento em um ponto de vista vantajoso e envolvendo os fãs em torno da performance.
“Fomos informados de que era a maior produção até hoje em qualquer um desses locais,” disse Lok. “Sabíamos que tínhamos que trazer a produção completa que elas estão levando para todos os lugares, também para a Austrália, porque esses fãs esperam ver esse nível de apresentação”.
Impulsionando essa expectativa está um fandom que se parece e se comporta de maneira diferente do público tradicional de rock e pop. A pesquisa da Live Nation mostra que 98% dos fãs de Asia Pop na Austrália e Nova Zelândia ouvem música em idiomas diferentes do inglês, e cerca de 60% realmente preferem músicas não em inglês, mesmo que o inglês ainda seja o idioma principal em casa.
Muitos são frequentadores de shows pela primeira vez, recorrendo a comunidades online para obter conselhos sobre pré-vendas, planejamento de roupas e logística de viagem, e depois inundando as mídias sociais com fancams e reações pós-show.
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TWICE: engajamento e autenticidade da marca
Esse engajamento cria oportunidade e pressão. As marcas estão circulando, mas Lok diz que a autenticidade é tudo. Embora 93% dos fãs pesquisados digam que se sentem mais positivos em relação às marcas que apoiam artistas asiáticos, parcerias superficiais são criticadas rapidamente.
“Esses fãs conseguem detectar engajamento não autêntico imediatamente. Eles realmente conseguem”, disse ela. “Não se trata de colocar um logotipo em uma tela. Trata-se de contribuir para todo o arco emocional de uma turnê”. Isso pode significar financiar encontros de fãs, ajudar a criar merchandising especial ou apoiar conteúdo que documente o show para fãs que não puderam comparecer.
Embora o K-pop ainda gere manchetes, o movimento Asia Pop na Austrália é mais amplo do que um único gênero. Nos últimos anos, a Live Nation contratou estrelas do Mandopop como Mayday, atos de hip-hop chinês e artistas indie coreanos.
“Nós somos um dos poucos promotores, na verdade o único, que procura ativamente além do K-pop e C-pop para trazer esses subgêneros para cá”, disse Lok. “E isso está valendo a pena. O público está ativamente procurando por isso”.
À medida que os crossovers entre plataformas digitais e música ao vivo aumentam, propriedades como “Guerreiras do K-Pop” — que começou com ídolos animados e uma trilha sonora viral — agora estão impulsionando a demanda no mundo real. Lok recentemente falou na SXSW Sydney sobre estrelas virtuais, e diz que as regras são as mesmas.
“No final das contas, tudo sempre se resume à música”, disse ela. “Se eles têm boas músicas e uma base de fãs real, sempre há espaço para eles”.
Este é um conteúdo traduzido/adaptado da Billboard US. Leia o original aqui
