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Beyoncé vira alvo de Trump após apoiar Kamala Harris; entenda

Beyoncé vira alvo de Trump após apoiar Kamala Harris; entenda

Ex-presidente não apresentou provas da acusação

Beyoncé divulga capa de Cowboy Carter (divulgação)

Em meio à pressão crescente — inclusive de sua própria base — para divulgar mais informações sobre sua relação com o criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein, o ex-presidente Donald Trump tentou mudar o foco no fim de semana ao retomar alegações envolvendo Beyoncé em um comício da então vice-presidente Kamala Harris.

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Em uma longa publicação em sua rede social, Trump afirmou falsamente que Beyoncé teria violado as leis de financiamento de campanha ao receber um cheque de US$ 11 milhões (cerca de R$ 60,9 milhões, na cotação atual) por sua participação no evento realizado em outubro de 2024, em Houston. No entanto, segundo a CNN, não há qualquer evidência que sustente essa alegação.

De acordo com a emissora, a única transação registrada foi o pagamento de US$ 165 mil à produtora de Beyoncé, classificado como despesa de produção do evento. Um porta-voz da campanha de Harris explicou ao site “Deadline”, ainda em 2023, que a legislação proíbe o pagamento a celebridades por apoio político, mas obriga os organizadores a cobrir custos logísticos das participações.

Rumores sobre um suposto pagamento milionário circularam nas redes sociais entre apoiadores de Trump, mas checagens de veículos especializados não encontraram provas. A mãe de Beyoncé, Tina Knowles, já havia desmentido a história em novembro: “É mentira que Beyoncé recebeu 10 milhões para falar no comício. Ela não recebeu um centavo. Inclusive, ela pagou do próprio bolso as passagens dela, da equipe e os custos com maquiagem.”

Além de participar do evento, Beyoncé autorizou o uso de sua faixa de 2016, “Freedom”, como tema oficial da campanha de Harris. Procurada pela Billboard, sua equipe ainda não comentou as declarações mais recentes de Trump.

“Estou olhando para a dívida dos democratas após a eleição e para o fato de que eles admitiram, provavelmente de forma ilegal, ter pago 11 milhões para a Beyoncé por um APOIO (ela nem cantou…)”, escreveu Trump. No mesmo texto, ele acusou, também sem provas, Oprah Winfrey e o ativista Al Sharpton de terem recebido pagamentos para apoiar Harris.

Essas declarações surgem dois meses após Trump ameaçar uma “grande investigação” sobre supostas doações ilegais feitas por Beyoncé, Bono, Bruce Springsteen e Oprah à campanha democrata. Até o momento, não há qualquer indício de que essa investigação tenha começado, tampouco evidências dos pagamentos.

Uma apuração do jornal “New York Times” indicou que os custos com celebridades nos comícios de Harris estavam relacionados a equipe de apoio e estrutura técnica, não aos artistas. A CNN também destacou que a Casa Branca não respondeu aos pedidos por provas do pagamento de US$ 11 milhões e que Trump errou ao afirmar que pagar por um endosso político seria “totalmente ilegal”, já que nenhuma lei federal proíbe esse tipo de pagamento.

As novas acusações surgem dias após Trump declarar que o ex-presidente Barack Obama cometeu “atos criminosos”, chegando a acusá-lo, sem provas, de “traição” por ter investigado a interferência da Rússia nas eleições de 2016. As declarações coincidem com a tentativa da Casa Branca de conter os danos relacionados aos documentos do caso Epstein, após revelações de que o nome de Trump aparece nos arquivos — informação comunicada pela procuradora-geral Pam Bondi, em maio.

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