Salgueiro fecha o corpo e leva para Sapucaí enredo sobre mandingas
Com bateria furiosa no comando, escola aposta na espiritualidade pelo título


O Salgueiro levou à Marquês de Sapucaí um desfile carregado de simbolismo e espiritualidade, nesta segunda (3). Com o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, a escola do carnavalesco Jorge Silveira trouxe um espetáculo que exaltou os rituais de proteção presentes em diversas culturas e que fazem parte do cotidiano do Brasil.
A agremiação lembrou benzedeiras, malandros batuqueiros e pombas-giras. Além do poderio visual, o Salgueiro veio com a força e o peso de costume graças à Furiosa. Com os mestres Guilherme e Gustavo como comandantes e Viviane Araújo como rainha, a bateria deu andamento envolvente ao samba-enredo quente, que sentencia: “Meu terreiro é a casa da mandinga/ Quem se mete com o Salgueiro acerta as contas na curimba”.

O intérprete Igor Sorriso desfilou caracterizado como um preto-velho, homenageando essa figura tão importante no imaginário das religiões de matriz africana. A imagem impactante foi um dos pontos altos do desfile, arrancando aplausos do público desde o esaquenta. O cantor Xande de Pilares também estava na equipe que entoou o samba-enredo no carro de som.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei e Marcella Alves, manteve a leveza e precisão na dança. No fim, a dupla voltou à avenida em cima do último carro alegórico da vermelho e branco. A dupla aparição, que precisou de uma operação logística para ser realizada, foi um pedido das entidades místicas consultadas pela escola antes do Carnaval. Um encerramento apropriado para um desfile sobre mandingas.
