Rapper processa Spotify por suposta fraude em músicas de Drake; entenda
Ação alega que a plataforma falhou em impedir o uso de bots para inflar números
Um processo judicial federal foi movido contra o Spotify pelo rapper RBX, que acusa a gigante do streaming de não agir contra uma suposta fraude que teria inflacionado os streams de músicas de Drake. O processo, que é uma ação coletiva, foi protocolado no domingo (2) no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Central da Califórnia.
O rapper RBX alega no processo que, de janeiro de 2022 a setembro de 2025, as músicas de Drake se beneficiaram de “bilhões de streams fraudulentos” gerados por usuários falsos, ou bots, dentro do Spotify.
O processo afirma que o Spotify se beneficia da fraude: “Quanto mais usuários (incluindo usuários falsos) o Spotify tiver, mais anúncios ele poderá vender, mais lucros a empresa poderá relatar, o que serve para aumentar o valor declarado entregue aos acionistas”.
O processo sustenta que a fraude causa prejuízo financeiro aos detentores de direitos autorais. “Esta inflação fraudulenta de streams em massa causa danos financeiros massivos a artistas, compositores, produtores e outros detentores de direitos legítimos, cuja parcela proporcional é diminuída como resultado da inflação fraudulenta de streams na plataforma do Spotify”, alega a ação.
O modelo de pagamento de royalties do Spotify é calculado a partir de uma receita total, baseada na participação do artista no número total de streams mensais. Um artista que infla seus streams acaba embolsando uma proporção maior da receita do que seria devido, diminuindo o pagamento para os outros artistas.
O processo não acusa Drake de qualquer ato criminoso. A ação alega que a plataforma falhou em impedir os bots de inflar os números do rapper, que possui quase 81 milhões de ouvintes mensais. Estimativas no processo indicam que os detentores de direitos teriam sido defraudados em “centenas de milhões de dólares”.
O Spotify emitiu um comunicado refutando as alegações: “Não podemos comentar sobre litígios pendentes. No entanto, o Spotify não se beneficia de forma alguma do desafio de streaming artificial em todo o setor”, disse um porta-voz.
A empresa afirmou investir em sistemas para combater o problema e proteger os pagamentos dos artistas. “Investimos pesadamente em sistemas sempre aprimorados e de ponta para combatê-lo e salvaguardar os pagamentos dos artistas com fortes proteções, como a remoção de streams falsos, retenção de royalties e cobrança de multas”. O porta-voz citou um caso anterior em que um indivíduo roubou US$ 10 milhões de serviços de streaming, e apenas US$ 60 mil vieram do Spotify, o que, segundo a plataforma, prova sua eficácia.
