‘Pssica’: veja curiosidades da trilha sonora da nova série brasileira da Netflix
Cerca de 200 composições foram feitas para a produção


“Pssica”, a nova minissérie ficcional brasileira da Netflix, narra a trajetória de três personagens, cujas vidas se entrelaçam em uma trama intensa ambientada na Amazônia Atlântica, enquanto enfrentam os efeitos da “pssica”, uma maldição que acreditam ter sido lançada sobre eles.
A trilha sonora original foi criada por Érico Theobaldo, Beto Villares e Paula Tesser da Ambulante Music.
Segundo dados exclusivos da Netflix Brasil, foram cerca de 200 novas composições, o dobro do que seria comum em uma série desse tamanho. Além do licenciamento de grandes nomes como Dona Onete Lara, Fafá de Belém e Joelma. “A série tem mulheres muito fortes, então foram priorizadas vozes femininas”, conta Érico Theobaldo.
Para trazer autenticidade e representatividade, muitos artistas locais fizeram parte das trilhas. O músico colombiano Edwin Ospina colaborou com as composições da personagem Mariangel, proveniente desse país.
O paraense Felipe Cordeiro participou das trilhas do Pará e a carinbenha Souyange, para as cenas nas Guianas. “O resultado final é muito mais interessante do que eu tivesse composto tudo aqui de São Paulo, além de fazermos a economia desses lugares girar”, diz Érico.
A música “Chorando Se Foi” tem 4 versões no primeiro episódio que ilustram bem como essa pluralidade geográfica da série se traduz na trilha. Uma é em espanhol, quando apresenta a personagem colombiana Mariangel, em tecnobrega, quando ambientada em Belém, uma versão mais lenta que acompanha um acontecimento triste vivido por ela e um remix nos créditos finais.
A música eletrônica é a marca da trilha sonora original. “É um jeito novo de pensar trilha sonora, foi uma escolha corajosa dos criadores”, avalia Érico. O que dá ritmo e, muitas vezes, enfatiza a tensão vivida pelos personagens.
“Como não há um ritmo definido, o espectador não sabe o que esperar da música, e isso reforça a sensação de descontrole que um personagem está vivendo. Músicas bonitinhas não combinariam com a série”, diz Érico.
Para ele, a escolha de músicas mais complexas estão relacionadas à evolução do audiovisual em si. Se antes os personagens eram dicotômicos, bandido versus mocinho, hoje, como em ‘Pssica’, os personagens são mais complexos, com contradições em si, e a música acompanhou essa transformação.
Outra composição importante da série é “Qué Pasó”, da banda colombiana Systema Solar. Ela foi escolhida por Fernando Meirelles e acompanha uma virada na trama da personagem Mariangel. É uma composição forte e o episódio foi montado em cima dela, ou seja, o ritmo das cenas foi dado pela música, o diretor já tinha ela na cabeça quando filmou. “Seria impossível encaixar a composição depois da sequência pronta”, conta Érico sobre a música, que é uma protagonista em si.