Nos EUA, Anitta ganha disputa contra acusação de plágio em ‘Funk Rave’
Donos de 'Sácalo' processaram cantora e Diplo; mas juiz percebeu contradição
Anitta tinha 14 anos quando Giorgio Trovato e Giuseppe Di Caccamo Jr compuseram a obscura “Sácalo”, lançada por um artista chamado Erotico. Vinte anos depois, ela e o produtor Diplo lançariam “Funk Rave”, alvo de processo dos compositores na justiça norte-americana.
Em decisão proferida nesta segunda (20), o juiz K. Michael Moore afirmou que o processo tem uma falha “fatal”: não há indícios de que Anitta — então uma adolescente de 14 anos vivendo no Brasil — tenha ouvido a obra dos autores. A tentativa de vincular o coautor de “Funk Rave”, Diplo, à faixa antiga também foi classificada como “no máximo, especulativa”.
Além da falta de “acesso”, requisito básico em disputas de copyright nos EUA, o tribunal entendeu que os autores não demonstraram similaridade substancial protegível entre as canções. O termo “Sácalo”, presente em ambas, foi descrito como comum no repertório em espanhol e, portanto, insuficiente para sustentar a acusação. O juiz destacou ainda que os autores não identificaram com precisão qual elemento original do refrão teria sido apropriado. Advogados dos autores não responderam aos pedidos de comentário; a defesa de Anitta preferiu não se manifestar.
Tecnicamente, “Funk Rave” só se assemelha a “Sácalo” por um detalhe: ambas possuem um grave muito utilizado no techno —e, por isso, também ouvido muito em raves— que é uma linha de baixo comprimida que faz o grave respirar melodicamente a cada batida. Não é exagero dizer que, fora esse detalhe, não há nada mais que possa evidenciar qualquer semelhança.