Desafiando a previsão do tempo e os looks da galera, o sábado (1) do Rock The Mountain abriu sob um sol forte em Petrópolis. Foi dia de tribos se encontrarem: do forró de início de tarde às pistas eletrônicas noturnas, passando pelo pop e pelo rock psicodélico. Mas foi o reencontro com Ney Matogrosso que definiu o tom do dia, em show que tomou de ponta a ponta a pista. e virou declaração coletiva de amor à música brasileira.
Diversidade de início do Festival aqueceu a Serra
Quem chegou cedo viu a abertura de Mariana Aydar ainda na faixa das 12h, no Palco Estrela. Abraçando o pessoal que chegava lentamente para passear pelos palcos e ativações, o repertório que misturou MPB e forró com naturalidade.
Em seguida, no palco Floresta, Zaynara apresentou faixas do disco Amor Perene, lançamento de outubro desse ano, para pulsar energia da música do Norte do Brasil em repertório que trouxe elementos de cúmbia, reggae e brega.
Ver essa foto no Instagram
Às 14h30, Lia de Itamaracá trouxe a tradicional roda de ciranda que fez a serra parar por alguns instantes: a tradição encontrou o público em formato festival, com reverências à matriarca da ciranda, de 81 anos.
Ver essa foto no Instagram
Chico César & Zeca Baleiro celebram amizade e soma de repertórios
A parceria entre Chico César e Zeca Baleiro trouxe xote, rock e reggae num encontro que já dura 32 anos. Com a turnê do álbum colaborativo Ao Arrepio da Lei, eles revisitaram clássicos e revelaram inéditas: ‘Respira’ e ‘Lovers’ foram o destaque das novas músicas.
Ver essa foto no Instagram
Os Mutantes & Duda Brack: psicodelia emoldurada pela história
Em um dos encontros que mais deram o que falar, Os Mutantes, com participação de Duda Brack, resgataram a psicodelia histórica da banda com frescor e atitude contemporânea. de cortes clássicos e momentos de diálogo com o presente, impressão manifestada pelo público. Aos 74, o guitarrista Sérgio Dias teve momentos de troca com o público. “Que saudade de vocês.”
De longe do agito do palco Estrela, sentados em cadeira de plástico típica dos festivais, Lelo Alves se acalentou com a continuidade dos ícones da psicodelia brasileira. “É a história da música. É a história da cultura. A história brasileira do rock, da música brasileira como consolidação de uma marca sonora. A essência é a mesma. Essa guitarra que o Serginho toca – só ele toca. Tudo bem, outras pessoas vão levar esse nome e esse legado, mas vai estar o timbre deles. Os Mutantes é pra sempre.”, disse, à Billboard Brasil.
Chet Faker equilibra soul eletrônico e pista orgânica
No palco Floresta, Chet Faker (Nick Murphy) entregou seu mix característico de soul eletrônico. Mesmo com presença de palco contida ressoada por momentos de introspecção e vocais contidos, as batidas eletrônicas de hits como ‘Gold’, ‘No Diggity’ e ‘Drop The Game’ marcaram a apresentação em alto astral.
Vindo de longe só para ver o cantor e compositor australiano, o curitibano Victor era um dos fãs que cantava as faixas do início ao fim. “Conheci ele em 2012 junto de um amigo a partir do Boiler Room, e todo momento em casa era isso que a gente ouvia.” Se identificando com faixas da tracklist, ele se emocionou na primeira oportunidade de ver o artista, que também se apresentou no Brasil em 2020. “Quando ele voltar pro Brasil – se voltar pro Brasil – eu vou. E isso que me fez comprar o Rock The Mountain esse ano, a hora que anunciou ele no line, comprei no mesmo dia e agitei a minha galera pra vir também.”
Ney Matogrosso é destaque do dia, e Liniker celebra um ano de CAJU
Não sobrou espaço no gramado. Aos 84 anos e com 50 anos de carreira solo (além da fase com os Secos & Molhados), o artista se apresentou para uma multidão que ocupou toda a extensão da pista do Estrela, de ponta a ponta. Ney Matogrosso reencontrou os palcos do Rock The Mountain depois de 3 anos desde sua última apresentação no festival. Parte do repertório da turnê “Bloco na Rua” inclui clássicos como ‘Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua’, ‘Jardins da Babilônia’, ‘Sangue Latino’. Vestuário icônico e projeções deram aquele ar de espetáculo que atravessa gerações.
Ver essa foto no Instagram
Liniker apresentou o repertório consolidado do disco CAJU para uma plateia fácil no Rock The Mountain. De ‘Febre’ à ‘Veludo Marrom’, as faixas já estão na boca da galera há um ano, desde que o álbum veio a público.
Ver essa foto no Instagram
Psirico traz festa baiana pra esquentar Petrópolis
Entre rodas agitadas do Psirico, a cintura teve que amolecer para os hits e refrões conhecidos no Brasil inteiro do pagodão baiano. O suíngue de sucessos como ‘Foge Mulher Maravilha’ deram o tom no início da noite fria na região serrana do Rio.
Gloria Groove: espetáculo e hits que prendem o público
A performance de Gloria Groove confirmou por que a artista figura entre as principais atrações do festival: teatralidade, voz potente e um set pensado para tanto o refrão de grandes festivais quanto a cena mais íntima. Como antecipado pela Billboard na setlist, a cantora trouxe ‘Loucuras de Amor’, ‘Madrugada’ e sucessos como ‘Bumbum de Ouro’ em arranjos que alternaram energia e precisão – a plateia respondeu à altura. Veja a entrevista da Billboard com a Glória Groove. (Ainda não postaram – conferir)
Psirico encerra com festa baiana e lama que virou pista
Depois de Ney, o tom mudou para a celebração: Psirico tomou o palco Estrela e transformou a lama do gramado em pista improvisada. Hits e refrões conhecidos no Brasil inteiro garantiram que o público dançasse até o fim do show – e da noite.
Mu540 e a eletricidade no fim da noite
Fechando a pista, Mu540 foi mixagem e distorção nas batidas do funk pra agitar o Estrela até meia noite. Depois do lançamento de Dois Quebradas Inteligentes, álbum em colaboração com o Kyan, o DJ e produtor de São Paulo foi o fechamento perfeito para quem queria prolongar a dança após os headliners. Ele falou com a Billboard antes do DJ set. (Ainda não postaram – conferir)
