Morre Mestre Laurentino, ícone paraense e do rock brasileiro, aos 98 anos
Velório foi marcado por comoção
João Laurentino da Silva, o Mestre Laurentino, morreu neste sábado (21), aos 98 anos. Considerado um ícone da cultura popular do Pará e amplamente reverenciado como o roqueiro mais idoso do Brasil, ele estava em casa quando foi encontrado morto pela família —a causa da morte não foi divulgada.
Natural de Ponta de Pedras, na Ilha de Marajó, ele foi velado no Santuário São Sebastião, no bairro da Sacramenta. A viúva de Laurentino, Leonice Carvalho, expressou ao o desejo de que o legado do mestre seja eterno e que ele, seja lembrado pela sua arte e alegria.
“Eu gostaria que ele não fosse esquecido. Mas que ele continue sendo o Mestre Laurentino, o roqueiro mais antigo do Brasil, do jeito que ele gostava. O Laurentino não morreu, ele só atravessou, mas continua nos nossos corações”, declarou.
Ele cresceu e formou família em Belém, onde consolidou sua trajetória artística (e criou seus 27 filhos). Entre seus maiores sucessos está a canção “Loirinha Americana”, interpretada pela banda Mundo Livre S/A.
Durante sua carreira, Laurentino produziu centenas de fitas cassete, muitas delas gravadas no quintal de sua casa. Esses registros carregavam os sons característicos do ambiente, como galinhas, cachorros e papagaios, criando uma marca única em sua obra. Mestre na gaita, ele também se destacou por sua habilidade em diversos ritmos, incluindo o carimbó.
Ele tem poucos registros oficiais. Um deles é o álbum “Laurentino e os Cascudos”, de 2014, todo composto por canções autorais.
Em nota oficial, a Prefeitura de Belém expressou suas condolências: “Nos solidarizamos com os amigos e familiares de João Laurentino da Silva, carinhosamente chamado de Mestre Laurentino, e reconhecemos sua imensurável contribuição à cultura do Pará.”