Morre Ana Cristina da Costa, aos 58 anos: ela era ativista e mãe do rapper BK’
Obra até 'ÍCARUS' foi um tributo do artista à luta da mãe
A pesquisadora, Ana Cristina Costa Gomes, morreu nesta sexta (1). Mãe do rapper BK’, ela era doutora e também fundadora do Movimento de Mulheres Negras do Rio de Janeiro. Em abril deste ano, Ana Cristina havia realizado um transplante de coração.
“(…) figura fundamental na luta por justiça racial e de gênero, (…), dedicando sua vida à luta por justiça racial, educação e dignidade para o povo negro – sempre com firmeza, generosidade e coragem. Mãe de Abebe Bikila e Calebe, Ana Cristina foi referência dentro e fora de casa, construindo um legado poderoso ensinando aos filhos a honrarem sua história, sua ancestralidade e seus nomes. Sua partida deixa um vazio enorme mas também um legado vivo, presente na formação de tantas pessoas e nos movimentos que hoje entendem o poder da educação como ferramenta de libertação – fazendo da militância uma extensão do cuidado”, dizia a nota nas redes sociais do filho.
Em 2024, ela recebeu o Prêmio Marielle Franco pelo seu histórico de defesa dos direitos da população negra e das mulheres.
Dono de “ÍCARUS”, BK’ dedica boa parte de sua discografia em tributo ao conhecimento compartilhado pela “dona” Ana —o que o fez notório no rap de mainstream brasileiro, fazendo-no referência de escrita e, principalmente, rimas em direção à análise do ancestral, pertencimento e existencialismo.
Membra do colegiado do Fórum Permanente de Diálogos das Mulheres Negras, ele também era Mestra em Educação, coordenadoras do Fórum Estadual de Mulheres Negras, organizadora do Vamos Brincar de Quilombo, espaço de letramentos em diferentes áreas de estudos da da Educação Infantil, além de doutora em Educação.
No início desta semana, morreu a mãe de outro rapper: Dona Jacira, mãe de Emicida —e também do produtor e compositor Fióti.
