Adeus, Spaceman. Morre Ace Frehley, ex-guitarrista do grupo Kiss
O músico sofreu um derrame cerebral e era mantido vivo através de aparelhos
O “Spaceman” está morto. Ace Frehley, guitarrista da primeira e mais bem-sucedida –comercial e artisticamente– formação do quarteto americano de hard rock Kiss morreu hoje, em Lancaster, cidade do estado da Califórnia, em consequência de um derrame cerebral. Tinha 74 anos. Deixa, como testamento alguns dos riffs e solos mais legais da história do rock –maravilhas como “Parasite”, “Deuce”, “Cold Gin”, “Shock Me” e “She”–, além de inúmeros discípulos de seu estilo. Dimebag Darrell (Pantera), Slash, Tom Morello (Rage Against the Machine), John 5 (Rob Zombie), Mike McCready (Pearl Jam) e muitos outros.
Paul Frehley nasceu no dia 27 de abril de 1951 em Nova York. Criado no Bronx, que na época era um dos bairros mais barra-pesada da cidade, ele sempre se caracterizou pelo jeito irônico e belicoso com o qual enfrentou as adversidades nos tempos de adolescência e depois no Kiss.
Ace, apelido que ganhou ainda nos tempos de garoto, foi presenteado com sua primeira guitarra aos treze anos. Suas principais influências naquele período foram Jimi Hendrix, Jeff Beck e bandas como Rolling Stones e Led Zeppelin. Em 1972, depois de passar por diversos grupos locais, ele atendeu a um anúncio publicado no jornal “The Village Voice” sobre uma banda que estava à procura de um guitarrista. Era, claro, o Kiss. Ace foi aceito pelo trio formado por Gene Simmons (baixo e vocais), Paul Stanley (guitarra e vocais) e Peter Criss (bateria) e adotou então o visual de Spaceman. Sua guitarra era tão incrementada que lançava foguetes durante o momento em que fazia seu solo especial (ou espacial, como alguns poderiam sugerir).
O guitarrista participou dos principais discos do Kiss, onde cravou sua personalidade guitarrística. Mas as atitudes erráticas e os problemas com drogas e álcool minaram seu talento. Ace mal tocou no disco “Destroyer” (1976) porque não aparecia para as gravações. No entanto, quando os integrantes do Kiss lançaram seus discos solo, em 1978, o de Ace foi considerado o melhor do quarteto.
O guitarrista saiu do Kiss em dezembro de 1982, logo após as gravações de “Creatures of the Night”, álbum que marcou a primeira vinda do quarteto ao Brasil –em seu lugar entrou Vinnie Vincent. O músico alternou bons discos com outros abaixo da média e retornou ao Kiss em 1996 para uma turnê de reunião –Gene e Paul, os únicos remanescentes, recrutaram novamente os serviços de Ace e de Peter Crisso. Cinco anos depois, no entanto, ele saiu da banda, atormentado pelos mesmos vícios e comportamento que culminou na sua primeira partida da Kiss.
Durante os anos seguintes, Ace contou com a ajuda de Paul e Gene –eles, inclusive, participaram de discos solo do guitarrista. Por outro lado, volta e meia insultava seus ex-companheiros de banda. No dia 06 de outubro, ele cancelou as datas de sua turnê por conta de uma queda feia sofrida em sua casa. Esta queda teria resultado no derrame cerebral que acabou por matá-lo.
Boa viagem de volta, Spaceman.