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Margareth Menezes, diva da axé music, leva sua cultura musical para a Europa

Margareth Menezes, diva da axé music, leva sua cultura musical para a Europa

A ministra da Cultura aproveita férias para fazer apresentações no Velho Mundo

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Margareth Menezes Festival de Verao Salvador Photo Caio Lirio 2 scaled

Ministro da Cultura entre 2003 e 2008, o cantor e compositor Gilberto Gil dizia que o equilíbrio dessas funções era “usar a mesma cabeça para dois chapéus”. Pois Margareth Menezes, que em 2003 assumiu o cargo anteriormente proposto pelo mestre do tropicalismo, ainda está se acostumando às exigências dessas duas funções. Em julho, ela tira merecidas férias no cargo para se dedicar à música. A cantora de “Dandalunda” e “Elegibô”, entre outros, parte para uma turnê de sete apresentações por seis países europeus –Alemanha (duas vezes!), Bélgica, Eslovênia, Holanda, Inglaterra e Portugal. “Estou com saudades da estrada. Porque foi um ano e meio cumprindo agenda”, diz a cantora e ministra, em entrevista para a Billboard Brasil. O repertório base, composto de 21 canções, é coisa fina: tem desde material autoral e canções de sucesso, a releituras de Os Tincoãs (“O Ataque Chora”) e BaianaSystem (“Capim Guiné”). “Será um atrás do outro. Chego, faço o show e depois está na hora de embarcar para outra cidade.”

A turnê começa no dia 21 de julho, em Liubliana, capital da Eslovênia. No dia 24, Margareth é atração do FMM Sines, em Sines, Portugal. No dia 25 de julho, a turnê desembarca na Alemanha para uma apresentação na House of World Cultures, em Berlim. O público de Londres, na Inglaterra, se reencontra com a artista no dia 26 de julho, para uma apresentação única no Barbican Centre. Em 27 de julho, Margareth se apresenta na Paradiso, em Amsterdã, na Holanda. Na Bélgica, o show será apresentado no Sfinks Festival, em Boechout, em 28 de julho. Em 30 de julho, a artista volta à Alemanha para mais uma apresentação, dessa vez em Frankfurt, no Palmengarten.

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A conversa com Margareth Menezes ocorreu na pausa de um compromisso oficial que a “ministrora” (mistura de ministra e cantora) tinha no estado do Paraná. “Eu nem sabia que hoje [ontem] era quinta-feira, de tanta atividade na minha agenda”, confessa. “O ministério da Cultura é vivo o tempo todo. São várias secretarias, vários órgãos e instituições, né? Mas a gente procura fazer uma gestão democrática, uma gestão de diálogo, nacionalizada.”

Em 1992, o jornalista Nelson Motta saudou a ascensão da axé music –àquela altura representada por Daniela Mercury– como sendo o “som da democracia”. Afinal, o país tinha acabado de presenciar o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. O que a cantora acha dessa definição, qual seria o papel da axé music e da pulsante música afro baiana? “Nós somos a geração que popularizou o trio elétrico e deu voz para os blocos afro-baianos e suas canções que se assemelham a um manifesto, né? E ajudou muito na descoberta de nossa música. O sujeito ia escutar canções sobre a rainha africana Ranavalona e saía para pesquisar.”

A retomada artística de Margareth inclui ainda um novo disco, que está sendo preparado aos poucos. Intérprete por excelência, ela tem se arriscado mais no terreno da composição. “Estou compondo com uma autora chamada Dani Castro, tenho música com Zélia Duncan…”, enumera. Aparentemente, o uso de dois chapéus na mesma cabeça se tornarão cada vez mais confortáveis para a ministra.

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