Luísa Sonza sobre haters: ‘Passei a beber mais e a tomar muito remédio para dormir’
Após lançar 'Escândalo Íntimo', cantora é capa da Billboard Brasil de outubro
Capa da Billboard Brasil de outubro, Luísa Sonza abriu seu coração sobre o impacto dos haters em sua vida. Poucas cantoras sofreram um ataque tão sórdido via redes sociais quanto a intérprete de “Campo de Morango”. Em maio de 2021, quando o filho de seu ex-marido, o comediante Whindersson Nunes, morreu poucos dias após o nascimento, ela foi chamada até de “assassina”.
“Comecei a tomar muito remédio para dormir, a ter medo da realidade”, conta ela. A paúra aumentou razoavelmente o consumo de bebida e reduziu drasticamente as horas de sono. “Fui me tratar com um psiquiatra até eu me recompor e fui levando tudo para um lugar um pouco mais racional.”
Um dos efeitos mais assustadores dessa campanha que chegou a níveis abissais de maldade foi o aumento da quantidade de pesadelos. “Às vezes, eu sonho com um assassinato, às vezes com as pessoas me torturando. Sonho, por exemplo, com um quarto de hotel onde tem um monte de gente me olhando”, diz. “Às vezes, as pessoas estão tentando me matar, às vezes, eu estou com a mão cheia de sangue. É um monte de sonho assim, é bem pesado mesmo.”
A cantora é natural de Tuparendi, cidade gaúcha habitada por descendentes de italianos e alemães e está mais perto da Argentina do que da capital Porto Alegre –a distância para essas localidades são, respectivamente, 30 km e 524 km. A agricultura é a principal fonte de renda do município de pouco mais de 7.000 habitantes, que registra marcas nem um pouco dignas de orgulho.
“É um lugar de gente muito boa, mas, por outro lado, tem um machismo muito forte. O feminicídio e a violência contra a mulher são muito altos”, desabafa.
Luísa Sonza e as músicas sobre sexo
Detalhe: em abril deste ano, dois feminicídios aconteceram na região em menos de 24 horas. Num ambiente como esse,
o empoderamento de Luísa se deu na marra, desafiando preconceitos arraigados há muito tempo –e não apenas em Tuparendi.
“Essa é uma luta muito descredibilizada e muito ridicularizada, sabe? Eu acho que é deturpada também. A sexualidade da mulher ainda é vista como uma coisa do demônio. Rolling Stones e Michael Jackson falam abertamente sobre sexualidade e são gênios. Nós, por outro lado, nos arriscamos a ser ridicularizadas.”
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