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Latinidades ensina como se faz um pitch de novos artistas

Latinidades ensina como se faz um pitch de novos artistas

Evento de mulheres negras em Brasília fez minifestival para premiar novatas

A grande vencedora do Pitch foi a pernambucana Bione com rimas inteligentes e flow pesado (Guadalupe Louise)

Atingindo em 2025 a sua maioridade, o festival brasiliense Latinidades reforçou seu compromisso com a formação de novas artistas ao dar visibilidade e prêmios a talentos emergentes num formato empolgante de pitching, realizado na última sexta (25) no Museu Nacional da República, construção icônica de Oscar Niemeyer.

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Pitch do Latinidades reune artistas, players do mercado e a direção do festival (Guadalupe Louise)
Pitch do Latinidades reune artistas, players do mercado e a direção do festival (Guadalupe Louise)

Um dos pilares da programação, o Pitch Mulheres Negras Movem a Música ganhou ares de minifestival, com direito a plateia e até fandom organizado para torcer pelas 10 artistas selecionadas pela direção do evento. Cada uma das artistas teve cinco minutos para se apresentar ao vivo diante de um corpo de jurados vindo de várias partes do Brasil, representando festivais como Coquetel Molotov, Coma, Favela Sounds, Rock The Mountain, Feira Preta, WME, casas como Natura Musical e veículos como a Billboard Brasil e Mundo da Música, além de curadores e produtores culturais de peso.

O público lotou a plateia e transformou o que seria uma apresentação para banca de jurados num show de verdade
O público lotou a plateia e transformou o que seria uma apresentação para banca de jurados num show de verdade (Guadalupe Louise)

Com apresentação inteligente e bem-humorada da atriz Tainá Cary, o evento fluiu num formato de showcase, com público vibrando por suas artistas preferidas e energia de competição do bem. Passaram pelo palco do Pitch talentos locais como Liz Fernandes, Saraní, o duo Margaridas, Negra Flow, Tonhão Nunes, além de Thabata Lorena (Maranhão), Rê Moraes (Pelotas), Ayo Tupinambá (São Paulo), Bione (Recife) e Natania Borges (Salvador).

“A ideia do Pitch foi abrir caminhos para ampliar presença e reconhecimento das mulheres negras na indústria fonográfica. Com premiação, gamificação e estrutura profissional de showcases, o Pitch ofereceu às artistas um espaço pensado não apenas para visibilidade, mas para negociação, formação de rede e geração de oportunidades reais”, pontua Jaqueline Fernandes, idealizadora do Festival Latinidades.

Jaqueline Fernandes e Marta Carvalho: o coração do Latinidades (Guadalupe Louise)
Jaqueline Fernandes e Marta Carvalho: o coração do Latinidades (Guadalupe Louise)

A ação integra um conjunto de estratégias e ações afirmativas desenvolvidas pelo Festival Latinidades e pela Universidade Livre Afrolatinas para combater as desigualdades de gênero e raça na cadeia produtiva da música — realidade comprovada por dados como o do Relatório “Música e Equidade de Gênero” da UBC, que revela que apenas 8% das canções mais tocadas no país têm mulheres negras entre as compositoras ou intérpretes principais.

O Pitch também integra o eixo R&B (Rhythm and Business), voltado especialmente à capacitação e valorização de mulheres negras na indústria fonográfica, refletindo o o propósito e compromisso do festival. No primeiro semestre de 2025 foram oferecidas jornadas formativas para mulheres negras trans de todo o Brasil, com conteúdos como Identidade Artística e Posicionamento de Marca, Gestão de Carreira e Planejamento Estratégico, Comunicação, Mídia e Estratégias Digitais, Direitos Autorais e Economia da Música, entre outros.

Depois de duas rodadas de votação, os players tiveram a difícil missão de escolher uma vencedora. A rapper Bione foi a escolhida e receberá um prêmio de R$ 10.000, além de ser a primeira atração confirmada no Palco do Festival Latinidades 2026.

As Margaridas: irmãs de Brasília ficaram em segundo lugar (Claudia Assef)
As Margaridas: irmãs de Brasília ficaram em segundo lugar (Guadalupe Louise)

O festival Latinidades encerra suas atividades neste sábado, com shows gratuitos no Museu Nacional. Entre as atrações, shows de Zezé Motta, Luedji Luna, Karol Conká, Larissa Luz, IAMDDB, Duquesa e Isa Marques, após uma semana de atividades como exposições de artes visuais, debates, mostra de cinema, feira de empreendedores assinada pela Feira Preta, tudo inspirado no tema Mulheres Negras Movem o Mundo, com especial foco a homenagem à autora Lélia Gonzalez.

PROGRAMAÇÃO FESTIVAL LATINIDADES

14h às 18h – Julho das Pretas que Escrevem no DF – Encontro literário com Andressa Marques e Ramila Moura, da jornalista Juliana Cézar Nunes e da mestra e compositora Martinha do Coco

14h às 17h – 1º festival Infantil de Breaking Dance (Anexo no Museu Nacional)

18h às 01h – Feira Preta Latinidades (Área externa do Museu Nacional)

22h45 – Erika Hilton Move o Mundo (Palco Externo no Museu Nacional)

SHOWS – Palco Externo do Museu Nacional

19h – Zezé Motta com participação da Malía
20h10 – Isa Marques
21h – Larissa Luz canta Gilberto Gil
22h05 – Nessa Preppy
22h50 – Duquesa
00h00 – Luedji Luna – Estreia Um Mar Para Cada Um
01h15 – IAMDDB
02h30 – Karol Conká

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