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Jota.pê fala sobre fama pós-Grammy: ‘Carla Perez me mandou mensagem’

Jota.pê fala sobre fama pós-Grammy: ‘Carla Perez me mandou mensagem’

Dos bares aos Grammys, cantor fala sobre o impacto do sucesso

Claudia Assef, editora-chefe da Billboard Brasil, entrevista o cantor Jota.pê (Reprodução/YouTube)

Jota.pê ainda digeria os três Grammys Latinos recebidos por “Se Meu Peito Fosse um Mundo” quando o celular começou a apitar. “A Carla Perez me mandou mensagem dizendo que estava ouvindo minhas coisas. A Paolla Oliveira também. A Vanessa da Mata me ligou pra dar parabéns. Eu pensei: ‘Véi, o que tá acontecendo aqui?’”, conta o cantor no podcast Cabos e Cases, da Billboard Brasil.

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Ele esperava um impacto mais modesto. “Achei que ia vender mais um show aqui, outro ali, mas foi muito doido. Os números subiram, os convites chegaram… A agenda lotou. Começaram a aparecer festivais, shows, datas marcadas com seis, sete meses de antecedência”, diz.

Foi nessa maré de novidade que surgiu Dominguinhos, projeto com o sanfoneiro Mestrinho e o fenômeno João Gomes. A ideia nasceu numa festa pós-Grammy, em Miami. “Vi o João de longe, fui cumprimentar. Ele achou que a gente era gringo. Quando começamos a falar português, ele: ‘Ah, vocês são brasileiros?’. Ficamos amigos reclamando do café ruim”, lembra.

Pouco depois, veio o convite informal: “Ele me ligou de madrugada e falou: ‘Vamos gravar uma coisa semana que vem?’. E a gente foi. Gravou ‘Dominguinho’ assim”, diz. O disco, que mistura forró, MPB e clima intimista, estreou com casa lotada em São Paulo. Os ingressos esgotaram em dez minutos.

O sucesso, porém, cobrou seu preço. “Você começa a dormir pouco, viajar muito… Quando comecei a ficar doente com frequência, falei: ‘Preciso me cuidar’. Agora que tá ficando divertido, quero estar vivo pra aguentar isso tudo.” Ele mudou a alimentação, voltou a jogar futebol às segundas e tenta manter equilíbrio. “Estar saudável é parte do trabalho.”

Jota.pê num novo patamar

Mesmo com a rotina puxada, ele ainda se surpreende. “Estar na casa do Seu Jorge, receber um brinde dele, ouvir a minha versão de barzinho de oito anos atrás olhando praquilo… É muito louco. Eu tocava as músicas desse cara no boteco!”

E a admiração virou colaboração: “Acabei de lançar uma música com a Vanessa da Mata. A gente compôs juntos. Ela me dá conselho, bronca, me ajuda. O Emicida também. É bonito descobrir que esses artistas que eu sempre admirei são ainda mais incríveis como pessoas.”

Com tantos projetos em curso, um novo disco parece distante — mas já está no radar. “Dominguinhos me deu um gás diferente. Quero fazer com calma, pesquisar, ouvir coisas.” Entre as inspirações, ele cita Tom Misch, Mayra Andrade e Luedji Luna. “Ainda não ouvi direito o disco novo da Luedji porque quero deitar, botar o fone e prestar atenção. Prefiro não ouvir do que ouvir correndo.”

Sobre o momento da indústria, ele enxerga um mix de sentimentos. “Tem uma coisa pós-pandemia, de querer viver tudo, mas também uma nostalgia na moda. As pessoas estão redescobrindo coisas, voltando aos clássicos. E acho isso muito bonito.”

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