“Tem cerveja aí?” O animado Gusttavo Lima fez a pergunta para os milhares de presentes no Allianz Parque (SP) durante a última apresentação da turnê “Embaixador Classic”, e foi a deixa para oficializar a primeira vez em que a música “Vagabundo” seria tocada ao vivo ao lado de Luis Fonsi, neste sábado (6).
A participação do porto-riquenho, que colaborou na criação e gravação do single lançado em outubro de 2025, foi anunciada no palco pelo próprio Embaixador e se tornou um dos pontos altos da noite.
Ao vivo, era evidente o clima irreverente da música e a descontração entre os dois artistas. Essa cumplicidade entre Brasil e Porto Rico já havia aparecido na passagem de som à qual a Billboard Brasil teve acesso mais cedo: Gusttavo e Fonsi trocavam sorrisos e abraços antes mesmo do show oficial, indício de que a frutífera colaboração entre sertanejo e pop latino está apenas começando.
Além de “Vagabundo”, houve espaço para um momento solo de Fonsi (acompanhado pela banda de Gusttavo Lima e por uma orquestra) com a romântica “No Me Doy Por Vencido”. Mas o que levantou de vez o Allianz foi o clássico hit “Despacito”, lançado em 2017 e responsável por alavancar o sucesso mundial de Fonsi, além de ter se tornado a primeira música em espanhol a alcançar o topo do Billboard Hot 100 naquele ano. Em 2025, “Vagabundo” já conquistou espaço no Billboard Brasil Hot 100, estreando na posição #37.
“Embaixador Classic” começou cedo
A expectativa em torno do último show da turnê começou cedo. Por volta das 14h, filas já se formavam sob o sol quente de sábado ao redor do Allianz Parque. Vendedores circulavam oferecendo chapéus de cowboy coloridos e bonés com frases que remetiam a Gusttavo Lima, como “Respeita o Embaixador!”. Era uma forma de se proteger do calor e já entrar no clima enquanto a atração principal não chegava.
Aos poucos, os fãs foram se acomodando no estádio e curtindo as primeiras atrações. O pernambucano Léo Foguete, recentemente indicado ao Grammy Latino pelo álbum “Obrigado Deus”, abriu os trabalhos com energia. Na sequência, a dupla sul-mato-grossense João Bosco e Vinícius subiu ao palco mostrando a experiência de quem carrega mais de 20 anos de história no sertanejo.
Fogos, Festa e Orquestra
Pensada para revisitar diferentes momentos da carreira de Gusttavo Lima, a “Embaixador Classic” foi desenhada para agradar os fãs de carteirinha. Do palco imponente, com colunas greco-romanas, luzes, lasers e telões de LED, à performance em que Gusttavo toca vários instrumentos, violão, piano e guitarra, tudo era acompanhado por banda completa e orquestra, que trouxe novos arranjos para canções já conhecidas.
O show começou por volta das 19h30 com uma intensa queima de fogos que transformou o Allianz em um pré-Réveillon e anunciou a entrada do Embaixador ao som de “Desejo Imortal”, versão de “It Must Have Been Love”, do Roxette. Outras versões de clássicos sertanejos apareceram, como “Tocando em Frente” (Renato Teixeira e Almir Sater) e “Estrada da Vida” (Milionário e José Rico), iniciada apenas com a voz de Gusttavo e logo cantada em uníssono pelo estádio.
Mas os fãs que estavam ali pelos sucessos autorais não foram decepcionados. Não faltaram hits, dos mais antigos aos recentes: “Fui Fiel”, “Apelido Carinhoso”, “Retrovisor” (saudada com mais uma leva de fogos), “Fala Comigo”, “Sinônimos” e muitas outras que estavam na ponta da língua do público. A conexão entre Gusttavo e seus fãs é admirável: eles cantam cada palavra, dançam, celebram e se emocionam. Casais trocam juras de amor, amigos se abraçam e adolescentes choram ao longo do setlist. Gusttavo sabe o domínio que tem sobre o público e aproveita para brincar, agradecer, receber presentes e apresentar sua banda e orquestra.
Outra prova da participação total do público veio quando Gusttavo pediu: “Chegou a hora da gente iluminar São Paulo”. Imediatamente, um mar de luzes de celular iluminou o estádio antes das primeiras notas de “A Noite (La Notte)”. Outra cena memorável ocorreu quando Gusttavo se sentou ao piano para tocar “Quando a Chuva Passar”. O instrumento se moveu para fora do palco, dando a impressão de que o Embaixador voava com ele. O tom de superprodução hollywoodiana combina com os próximos passos de um artista que celebra a música brasileira, mas que tem a América Latina e o mundo no horizonte.








