Gilberto Gil: ‘A partida da Preta nos ensina a amar mais’
Cantor falou sobre morte da filha durante missa de sétimo dia
Amigos e familiares de Preta Gil (1974-2025) estiveram na missa de sétimo dia de morte da cantora nesta segunda-feira (28). Ela morreu aos 50 anos nos Estados Unidos. Gilberto Gil falou à imprensa sobre a despedida da filha.
“Todos sabem, no país inteiro, que a Preta passou por um longo período de adaptação à partida, ao processo todo de ir embora. A ficha para nós todos e para ela, especialmente, foi caindo aos poucos. Foram dois anos [do tratamento de câncer]”, disse Gilberto.
“O que fica mais acentuado no pesar da perda, é o fato de que houve um sofrimento muito grande dela. É a coisa da qual, digamos assim, a gente mais se ressente, né? Fica do sentimento um ressentimento, pelo fato de que ela tenha tido um período muito grande [de sofrimento]. O que também, por outro lado, ajudou na luta dela para essa adaptação, para esse acompanhamento que ela fez”, explicou o cantor.
“É [um momento] como todos que virão daqui para frente, quando estivermos em família, quando estivermos em um círculo de amigos. E mais do que no caso dela, toda, toda, toda a nação brasileira, o povo inteiro que nutriu por ela um afeto muito grande. A lembrança dela vai ficar permanentemente conosco, com todos nós”.
Preta estava em Nova York, onde fazia um tratamento experimental.
“Acho que a vida, especialmente num período da história da humanidade em que vivemos tantas tribulações, por causa das dificuldades do fluxo do afeto, esse afeto tem sido muito represado, muito colocado em pequenas caixinhas para manipulação de uns e de tantos”.
“Nesse sentido, é o fato da lembrança dela, da memória dela ter uma circulação muito grande, muito permanente, é um consolo, é um contraponto a essas dificuldades de afirmação do afeto pelos quais o mundo passa ultimamente”, acrescentou Gilberto. “A partida dela também tem essa contribuição, contribui para nós sermos mais amorosos e mais afetivos”, finalizou.