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Famílias curtem o Tomorrowland: ‘Aqui todo mundo é livre’

Famílias curtem o Tomorrowland: ‘Aqui todo mundo é livre’

Filha levou os pais, sobrinha foi com a tia, todos a fim de aproveitar a música

A quarta edição do Tomorrowland Brasil não surpreende pelo tamanho absurdo do palco principal, chamado Mainstage, nem por suas águas e fogos que escorrem e derretem visualmente o horizonte do fã de música eletrônica que foi ao Parque Maeda, em Itu, neste sábado (12), segundo dia de festival. O que acaba surpreendendo são alguns frequentadores, talvez um pouco descolados do visual padrão do público mais fanático –mas nem por isso menos bem-vindos.

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Normalmente, um viciado em Tomorrowland está sem camisas e com decorações visuais no corpo –se mais básico, todo de preto ou com visual mais para o prateado, por vezes sexy. Não era assim que estava o casal Edson Luiz da Silva, 34 anos, e Deisiane Aparecida, 28 anos. Eles esperaram sete anos para conseguir juntar dinheiro e ir ao evento (um ingresso para os três dias pode custar R$ 2.750).

“A gente sempre via pela televisão e ficava pensando em vir. Desta vez deu certo”, diz Edson, que junto da parceira se dedica ao adestramento de cachorros. Com visual simples e sentados na grama, eles garantem que não são sedentários do techno. “Estamos só descansando! Gostamos de rodar tudo”, garante Deisiane. Para o casal, o grande atrativo para quem nunca esteve num festival assim é a diversidade. “Com certeza é o fato de ter muita gente diferente. Isso me traz sensações diferentes também”, diz Edson.

Deisiane e Edson esperaram anos para conseguir ao festival (Yuri da BS/Billboard BR)

Horas antes do início do festival, a dupla Carlos Alberto Gonçalves e Marli Afanazie era escoltada pela filha Jéssica, rumo à festa. Ele, de 64 anos; ela, de 57. A filhota, de 32, já era uma raver: sua primeira, incentivada por um ex-namorado, foi em 2012 e, desde então, nunca parou. Foi nessa toada que resolveu levar os pais ao Tomorrowland. E eles não negaram.

“Eu sempre tive curiosidade, sempre achei legal, acompanhava pela televisão. No ano passado, ela me deu essa oportunidade, e eu adorei. Para mim, foi extraordinário. Para mim, é um teatro”, diz o consultor técnico em segurança que, nos anos 1980, afirma ter feito história em pistas de discoteca como as das boates Papagaio e London. “De cabeça assim já é ruim lembrar”, ri.

Já Marli admite que nunca foi clubber. “Sempre fui caseira. Mas sempre gostei de música. Aí, explodiu a eletrônica e tive a sorte de ter uma filha que curtia. A gente se apaixonou junto!”, exclama afetiva a mãe, que é massoterapeuta e foi pela primeira vez em uma rave em 1997. Ela exibia asas azuis que imitavam uma borboleta. “A idade está na cabeça”, decreta Carlos Alberto.

Carlos Alberto, Jéssica e Marli na chegada ao Tomorrowland (Yuri da BS/Billboard BR)

Já a dupla Cristiane Alves, 51 anos, e Gabriela Fernandes, 24 anos, é formada por tia e sobrinha. “Tinha que ser ela!”, explica a mais nova, que tem o Rock in Rio e o Só Track Boa como experiências marcantes de festival e que está pela primeira vez no Tomorrowland Brasil. A tia se derrete. “É uma experiência, e você tem de viver. É tudo perfeito. Sempre gostei de dançar tudo, menos forró e funk”, gargalha a também mãe de um “menino”, Gabriel, de 26 anos, que é fã de eletrônica. “Eu curto! Gosto! Não é que eu ouça todos os dias. Mas é um festival que não tem confusão, ninguém olha torto, todo mundo é livre”, explica.

De camisa polo e calça jeans, Tiago Matsuoka saiu de Sorriso, Mato Grosso do Sul, somente para dar mais uma chance ao festival. Ele foi um dos que sofreram com a chuva na edição do ano passado. “Esse festival mostrou a que veio. Não tem nada a ver com o ano passado. Eu vim tirar a prova! Ontem choveu, teve capa de chuva de graça, sabe? Este ano está show. Mudou muito”, diz. “É cansativo! Mas eu me orgulho de ter vindo tirar uma segunda opinião. Quem não veio venha, porque é único”.

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