‘É divertido cantar sobre o diabo’, diz Kerry King, ex-guitarrista do Slayer
O músico é uma das atrações do festival Bangers Open Air, que acontece em maio


No dia 30 de novembro de 2019, em Los Angeles, o quarteto americano de thrash metal Slayer fez sua derradeira apresentação. Mas para Kerry King, guitarrista e um dos principais compositores da banda, a aposentadoria nunca fez parte de seus planos. “Eu reuni os músicos e membros da equipe técnica e perguntei quem gostaria de seguir comigo. Eles iriam receber menos do que no Slayer, mas a maioria aceitou”, diz King, em entrevista para a Billboard Brasil.
O baterista Paul Bostaph foi o único a aceitar o convite de King (a saber, o baixista Tom Araya se afastou temporariamente da cena musical e Gary Holt, o outro guitarrista, continuou com o Exodus, outra lenda do thrash americano). Em maio de 2024 –afinal, passamos por uma pandemia– chegou às plataformas de streaming “From Hell I Rise”, primeiro disco solo de King –além de Bostaph, a banda conta com o vocalista Mark Osegueda, o baixista Kyle Sanders e o guitarrista Phil Demmel. “E ainda tenho material para, no mínimo, outros dois álbuns”, confessa o músico.
“From Hell I Rise”, lançado em maio de 2024, tem muito da sonoridade rápida, pesada e agressiva, marcante em discos do Slayer como “Reign in Blood” , de 1986, e “Seasons in the Abyss”, de 1990. Mas traz também influências do punk rock. “Sou de um tempo em que punks e headbangers” não se davam de jeito nenhum. Fui criado ao som de bandas clássicas como Rainbow e Judas Priest, não entendia como a música podia ser tão mal cantada e tocacada” conta King. “Foi Jeff [Hanneman, ex-guitarrista grupo, morto em 2013] que me ensinou a gostar do gênero.” O punk foi tão apreciado que gerou um disco de covers, chamado “Undisput Attitude”, de 1996.
Uma das características que se manteve no trabalho de solo de King foram as letras, que falam de política e religião –sempre de modo critico. Elas se fazem presentes em canções como “Trophies of the Tyrant”e “Crucifixation”. “São temas que gosto. É divertido falar sobre o diabo, sabe? Mas eu sou ateu”, comenta.
Kerry King e banda são uma das atrações do Bangers Open Air, que acontece nos dias 02, 03 e 04 de maio no Memorial da América Latina (informações sobre o line up e ingressos aqui), evento que reúne lendas do rock como Glenn Hughes, Saxon, W.A.S.P. e Armored Saint, juntamente com nomes como Sabaton e Powerwolf. O repertório do guitarrista, claro, trará canções do Slayer. “‘Raining Blood’ é uma canção praticamente obrigatória!”
Abaixo, assista a entrevista inédita com Kerry King