Destaque do reggae paranaense, Senhor Banana lança single em parceria com Djambi
O single "Guia" celebra a parceria dos dois grupos do sul do país
Quando se fala em reggae brasileiro, as primeiras cidades que surgem na mente são Rio de Janeiro e São Luís, no Maranhão. O primeiro porque abrigou os Paralamas do Sucesso, autores do primeiro disco a trazer o reggae em sua melhor forma e timbre –”Selvagem”, de 1986, um dos principais trabalhos do gênero– e o Cidade Negra. O segundo, por seu turno, porque tem uma forte conexão com a Jamaica através das radiolas –como são conhecidas as discotecas ambulantes que tocam reggae– e gerou bandas como Tribo de Jah. O Skank, por seu turno, surgiu em Belo Horizonte por um capricho geográfico. Em seus três primeiros discos, eles estavam mais conectados com os modernos sons jamaicanos do que o Clube da Esquina.
Mas a cidade de Curitiba, ora vejam só, é um celeiro de reggae de qualidade. Ela bancou, nos anos 1990, o Senhor Banana e o Djambi. São dois grupos importantíssimos no gênero, cujo ecletismo vai do reggae tradicional às modernas sonoridades do reggae pop. Recentemente, eles lançaram “Guia”, um single delicioso que emula as sonoridades do chacundum jamaicanos dos anos 1970. “A música fala sobre legado, hereditariedade˜, diz Fabiano Neves, percussionista e porta voz do Senhor Banana.
“Guia” tem produção de Gabriel Teixeira, herdeiro do rock curitibano do primeiro escalão (seu pai, Paulo Teixeira, criou o Blindagem, um dos grupos/referência do pop local) e integrou o Senhor Banana e o Black Maria, combo de funk/rock que dominou o cenário sulista no início dos anos 2000. O Djambi, por seu turno, também tem um currículo de respeito. Descobertos por Junior Marvin, guitarrista de Bob Marley & the Wailers, eles fizeram nada menos que catorze turnês internacionais. Já o disco de estreia do Senhor Banana levou a assinatura de George “Fully” Fullwood, ex-baixista da banda de Peter Tosh.
“Guia” é um delicioso roots reggae, despido de bateria e baixo eletrônicos –aqui, só instrumentos “humanos”– e que celebra a ancestralidade. Sucesso nas rádios de Curitiba, o single aos poucos tem invadido as emissoras de São Paulo.