O The Town 2025 abre em grande estilo no dia 6 de setembro. Na Cidade da Música, no Autódromo de Interlagos, quem assume a estreia do Palco Quebrada é MC Hariel, um dos maiores nomes do funk paulista, acompanhado por MC Marks. A apresentação promete ser um dos momentos mais marcantes do festival, não apenas pelo repertório, mas também pelo conceito que vai unir música, narrativa e cenografia em uma homenagem à trajetória do funk em São Paulo.
“Esse ano agora é a estreia do Palco Quebrada, e eu tô fechando a noite de abertura. É uma estreia também para mim, porque cada grande festival tem sido um começo novo. E dessa vez é muito especial por estar no palco que carrega a quebrada no nome e no espírito”, contou Hariel, em entrevista à Billboard Brasil.
Spoiler do ensaio exclusivo
A Billboard Brasil acompanhou o ensaio de Hariel nesta quinta-feira (28) em São Paulo. Como spoiler, ouvimos parte do setlist, que mescla os maiores sucessos da carreira do funkeiro com músicas inéditas. Uma das surpresas será a música “Chá de Vida”, parceria com Marks, que ganha um número especial pensado para o festival.
No ensaio, Hariel adiantou que uma parte do show será dedicada à trajetória do funk em São Paulo, com destaque para as origens na Baixada Santista. O setlist terá obras de nomes como MC Barriga e MC Felipe Boladão, assassinado em 2010. O espetáculo também abordará o percurso do gênero de forma lúdica.
“Queremos mostrar o funk paulista da melhor maneira, desde os sons de festa até os de mensagem. E também contar uma linha do tempo, desde a Baixada até hoje, chegando num festival como o The Town. Vai ser uma experiência que representa a maioria da rapaziada do funk paulista”, disse Hariel.
Um show em forma de peça
Mais do que um show, a apresentação terá elementos de teatro. Hariel revelou que a cenografia será usada para criar cenas que representam a evolução do funk em São Paulo.
“Vai ser como uma peça acontecendo junto com o show. Vamos cantar, mas também contar essa história em imagens e no palco. O público que parar para prestar atenção vai ver algo diferente, quase uma narrativa teatral dentro de um show de funk”, adiantou.
Essa construção narrativa reforça a ideia de que o Palco Quebrada nasceu para valorizar as histórias e sons das periferias brasileiras. E, segundo Hariel, é também uma forma de conectar gerações: “A gente vai cantar as músicas de hoje, mas sem deixar de mostrar o que já foi feito, para que a nova geração não esqueça de onde veio o movimento. É o nosso papel garantir que a história do funk não se apague.”
O encontro com MC Marks
Escolher Marks para dividir o palco não foi por acaso. Os dois já acumularam parcerias em estúdio e têm afinidade musical. “O Marks é um cara que eu acredito muito na lírica e na mensagem que ele traz. Ele transita do funk dançante ao consciente, e isso tem muito a ver com o que queremos mostrar nesse show”, explicou Hariel.
Para Marks, o convite foi motivo de surpresa e alegria. “Respirei fundo e pensei: ‘Logo eu, num festival desse tamanho?’. Vai ser o maior palco que eu já cantei na vida. E é uma chance de mostrar minha arte para várias pessoas. É o tipo de experiência que não tem preço”, afirmou.
Marks também reforça a importância de manter viva a vertente consciente dentro do funk, mesmo em um momento em que outros estilos dominam o mercado. “O funk consciente traduz o que a gente vê todo dia na quebrada. Às vezes o público não quer tanto ouvir uma puxada de orelha, mas a gente resiste e continua passando informação em forma de música. Essa é a nossa missão”, disse.