Marina Sena relembra viagem para a Bahia aos 20 anos: ‘Eu era feliz’
Antes de ficar famosa por 'Por Supuesto', cantora passou perrengue nas férias
Marina Sena era muito feliz. Bem, não que ela não seja agora, que fique claro. Mas houve uma época, antes de se tornar famosa por músicas como “Por Supuesto” e dar rolês (e cochilos) em festas na Grécia ao lado de Anitta e Duda Beat, em que não era preciso muito para animar a cantora mineira, de 27 anos recém-completos. Ela, inclusive, era conhecida por ser exacerbadamente alegre, mesmo levando uma vida para lá de simples.
“No início dos meus 20 anos, eu era hippie. Hoje eu sou hippie de boutique”, contou aos risos em uma ligação de vídeo onde se lia o nome de usuário “Marina gatinha”.
Com a ID Jovem na mão (documento para jovens de baixa renda terem benefícios como meia-entrada e descontos em transportes interestaduais) e pernoitando em sofás de conhecidos, a mineira viajava pelo país mesmo com pouco dinheiro.
Para o Ano Novo de 2018, ela já havia cravado o destino desejado: Cumuruxatiba, uma praia deserta no sul da Bahia, ao lado de Sarah e Vitor (amigo que estava na casa de Marina enquanto conversávamos).
Apesar das dificuldades, Marina garantiu que daria certo. “Eu sentia que tinha que ir para lá”, conta. E acertou. Foi no carro de aplicativo a caminho da casa de Vitor para combinar detalhes da viagem que conheceu Rita, motorista que estava indo para a região no dia seguinte e lhe ofereceu carona.
Anos depois, a cantora encontraria o filho de Rita em Londres. Ele conhecia um velho amigo seu de Taiobeiras, cidade natal da cantora.
Mas voltando à tal viagem…
Após 13 horas de estrada, já era noite, e Marina e os amigos foram deixados por Rita em Eunápolis. De lá, era preciso pegar um ônibus para Prado e, só então, partir para o destino final. No entanto, não havia mais horários disponíveis naquele dia. Mais uma vez, o trio foi salvo, desta vez por um casal de irmãos que estava indo até Cumuruxatiba e topou levá-los na traseira da picape.
Conversando durante o trajeto, Marina descobriu que um dos viajantes trabalhava no prigrama “Conversa com Bial” e profetizou: “Eu vou ser muito famosa, e vou te encontrar lá”. Dito e feito.
Quando a cantora foi convidada para estar no programa, em abril de 2022, foi ele mesmo que entrou em contato com Marina.
Quando finalmente pisaram no destino final, depois de todo esse périplo, Marina decidiu desligar o celular para se isolar do mundo, e o álbum “Jah-van”, com versões reggae de clássicos de Djavan por nomes como Ivete Sangalo, Arnaldo Antunes, Seu Jorge e Fernanda Abreu foi escolhido como trilha oficial da viagem.
“O mar de lá é quentinho. As pessoas gostam de sambar, de deixar o chinelo na areia e de dançar forró na beira da praia”, conta Marina. A única preocupação do grupo era beber Netuno, destilado típico da região, feito com gengibre e maracujá.
Nem mesmo a falta de água no camping onde estavam, em plena noite de Ano Novo, a incomodou, já que o grupo passou o Réveillon em uma barragem de água doce. Resolveram a questão tomando banho, nus, sob a lua cheia.
Uma semana depois, a viagem terminaria e, ao tentar ligar o celular novamente, percebeu que o aparelho não funcionava mais. E, não, nem mesmo isso importava. “Tudo que eu queria era sentir de novo aquela liberdade”, finaliza.
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