Caçulinha, músico do ‘Domingão do Faustão’, morre aos 86 anos
Pianista ficou famoso no programa dominical da Globo


Famoso companheiro de Fausto Silva, no “Domingão do Faustão”, o músico Caçulinha morreu aos 86 anos nesta segunda-feira (5). O pianista, acordeonista e compositor, Caçulinha passou 20 anos fazendo ao vivo o acompanhamento musical do dominical da TV Globo.
“É com profunda tristeza que comunicamos que Caçulinha, o grande músico, o irmão inseparável e o titio mais amado, nos deixou hoje, durante a madrugada”, disse o comunicado oficial.
Nascido Rubens Antônio da Silva, Caçulinha estava internado no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, se recuperando de um infarto.
O velório será na Capela do Cemitério São Paulo, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista, das 11h às 15h. O sepultamento está marcado para as 16h no mesmo local.
Muito além do ‘Domingão’
Apesar de ter ganhado muita fama por sua parceria com Faustão na TV Globo, que durou entre 1989 e 2009, o músico teve uma carreira muito maior do que isso. Afinal, foram 31 álbuns gravados por Caçulinha —o primeiro, lançado em 1959. A dupla com Faustão, aliás, começou antes mesmo do “Domingão”, em shows de comédia pelo Brasil e no programa “Perdidos na Noite”, na Bandeirantes, na década de 1980.
Na música, fez parcerias com nomes consagrados como Luiz Gonzaga, Roberto Carlos, Caetano Veloso e João Gilberto, entre outros. Este último sugeriu que Caçulinha gravasse clássicos da bossa nova na sanfona e este assim o fez, lançando, em 2005, o disco “Caçulinha na Bossa Nova”. O álbum contou com participações de Roberto Menescal, João Donato, Marcos Valle, entre outros, mostrando o respeito que a classe artística tinha pelo trabalho de Caçulinha. No repertório, clássicos como “O Barquinho” e “Garota de Ipanema”.
Na TV, participou ao vivo do programa “O Fino da Bossa”, comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues, na Record, a partir de 1965. Também na televisão, o pianista chegou a trabalhar em outros programas como “Essa Noite se Improvisa”, “Raul Gil”, “Ratinho”, “Os Trapalhões”, “Balão Mágico”, “Clube do Bolinha” e “A Praça é Nossa”, entre outros.
Caçulinha começou a dar seus primeiros passos na música, tocando sanfona a partir dos oito anos. Na mesma época, apresentava-se no programa “Clube do Papai Noel”, na Rádio Tupi, de São Paulo.
Ele foi muito influenciado por seu pai, o violeiro Mariano, e seu tio, Caçula. Os dois formaram uma das primeiras duplas caipiras a gravar discos no Brasil.
Ainda na infância, ganhou o apelido que o consagrou como homenagem do pai ao irmão, Caçula. Aos 15 anos, passou a fazer dupla com o pai, apresentando-se em bailes, boates e viajando com circos.
Como acordeonista, acompanhou e gravou clássicos da música sertaneja com duplas como Tonico e Tinoco, Pedro Bento e Zé da Estrada, e Moreno e Moreninho.