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Exagerado e jogado aos nossos pés, Bruce Dickinson lança discos clássicos

Exagerado e jogado aos nossos pés, Bruce Dickinson lança discos clássicos

O vocalista é uma das atrações do The Town, que acontece nesse final de semana

Bruce Dickinson, vocalista da banda Iron Maiden, em um show em Cingapura em 2013 (picture alliance/ANN / The Straits Time)

O cantor Bruce Dickinson é uma das atrações deste final de semana do festival The Town. O vocalista do Iron Maiden mostra canções de seu disco solo “The Mandrake Project” ao lado de atrações como Iggy Pop, Sex Pistols (com o vocalista Frank Carter no lugar do lendário Johnny Rotten) e Green Day e os brasileiros Pitty, Capital Inicial e Supla.

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Bruce, que completou 67 anos no dia 07 de agosto, é um dos maiores cantores de heavy metal das últimas quatro décadas. Sua voz de longo alcance e os gritos que dá –que renderam a ele o apelido de “sirene de ataque aéreo” – foram fundamentais para o sucesso de “The Number of the Beast” (1982), “Piece of Mind” (1983) e “Powerslave”, discos que fizeram o Iron Maiden conquistar o mercado americano (e o brasileiro, visto que a maior parte de seus admiradores vêm do Brasil). Em compensação, os exageros operísticos de algumas de suas interpretações nos fazem lembrar de “O Fantasma da Ópera”, aquele musical kitsch da dupla Andrew Lloyd Webber e Tim Rice –um “pecado” insignificante junto à sua importância no mundo do heavy metal.

A chegada de Bruce Dickinson ao país é acompanhada pelo lançamento de sua vida pré e pós Iron Maiden. Hellion Records e Wikimetal Music, dois selos independentes dedicados ao rock pesado, estão lançando trabalhos importantes da carreira do roqueiro inglês, alguns antes de sua entrada no Iron Maiden. No caso da Hellion, eles podem ser comprados separadamente ou numa caixa super caprichada.

SAMSON – “SURVIVORS” (1978) (Hellion Records)

Embora Bruce Dickinson (ou Bruce Bruce, como era chamado) apareça na capa, ele mal canta nesse disco. A tarefa é desempenhada por Paul Samson, guitarrista e líder do grupo. O estilo do Samson tampouco se aproximava da NWOBHM, era mais voltada para o blues rock. A versão em CD da Hellion, contudo, traz faixas extras cantadas pelo futuro vocalista do Iron Maiden.

SAMSON – “HEAD ON” (1980) (Hellion Records)

A estreia “oficial” de Bruce no Samson gerou um de seus discos mais interessantes. Estilisticamente, o vocalista ainda estava tateando em busca de um estilo –seu canto era calcado no de Ian Gillan, em especial o Ian Gillan de discos como “In Rock” e “Machine Head”, clássicos do Deep Purple. “Vice Versa” e “Thunderbust” (que lembra muuuito “The Ides of March”, do Iron Maiden), são os destaques do álbum.

SAMSON – “SHOCK TACTICS” (1981) (Hellion Records)

É o melhor disco do Samson e o último a contar com Bruce Bruce nos vocais. A produção de Tony Platt (ex-AC/DC) fez com que o quarteto disputasse pau a pau em sonoridade com os grupos daquele período. O disco traz ainda canções que se tornaram marca do repertório do Samson como “Riding With the Angels” e “Blood Lust”. Altamente recomendável.

SAMSON – “LIVE AT READING 81” (1990) (Hellion)

Reza a lenda que Steve Harris e Rod Smallwood, baixista/líder e empresário do Iron Maiden, estavam presentes no show. Dali, saíram convencidos de que o cantor do Samson era o que precisavam para impulsionar seu grupo. Estavam certos, não? O Samson ao vivo era ainda mais impressionante do que em disco, uma banda de alta combustão e pesada na medida certa. Uma curiosidade: o baterista era Mel Gaynor, que tempos depois entraria no grupo pop Simple Minds.

BRUCE DICKINSON – “THE MANDRAKE PROJECT” (2024) (Wikimetal)

É um dos melhores trabalhos da carreira solo do vocalista inglês. Em tempos onde tudo é um apanhado de singles, Bruce Dickinson lançou um disco conceitual, que deve ser escutado na íntegra. Por quê? Porque as canções “conversam” entre si, de modo a contar uma história. “Sonata (Immortal Beloved)”, claramente inspirada em Ludwig von Beethoven (1770-1827) e “Shadow of the Gods” são duas cacetadas de respeito.

BRUCE DICKINSON – “MORE BALLS TO PICASSO” (2025) (Wikimetal)

O cantor inglês revisita o disco que lançou em 1994, com uma ou outra adaptação para os novos rumos do heavy metal. No caso, uma guitarra a mais aqui, um arranjo de cordas acolá… O hit “Tears of the Dragon”, “reggae metal” de respeito, ainda é o grande destaque do álbum.

Minha opinião sobre Bruce Dickinson

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