‘Beat the Noise’: música eletrônica que alivia a quebradeira das obras
O techno é uma das bases da música eletrônica e surgiu refletindo o contexto industrial que Detroit (EUA) vivia na década de 1980, cercada de grandes fábricas e usinas. Sons metálicos e mecânicos, numa pegada industrial, foram desenvolvidos a partir do barulho que ecoava nos polos fabris da cidade.
Eram ruídos ritmados e enigmáticos. Não tão distantes do que ouvimos atualmente em grandes cidades do país, tomadas por barulhos de obra sem fim. E da mesma forma que uma sonoridade foi desenvolvida a partir do som de chão das fábricas, surge um movimento em consonância com a tendência global de transformar o caos urbano em cultura.
Entendendo que o dia a dia desordenado pode se encontrar com a pista de dança na criação de uma nova estética, a cena eletrônica está prestes a ser provocada por uma conversa disruptiva sobre ruído e música.
É possível fazer um feat com o caos? Conhecendo o movimento e buscando amplificar a linguagem da música eletrônica, a SKYY Vodka mostra que sim: é legítimo misturar o cotidiano urbano com a cultura dos clubs.
E a Billboard Brasil pode comprovar. No dia 7 de outubro, fomos convidados a conferir o backstage do projeto “BEAT THE NOISE”, no qual três DJs e produtores criam faixas para ajudar quem vive o barulho infernal das construções, mostrando que até o caos pode soar bem aos ouvidos.
O projeto deu origem a três faixas originais, cada uma pensada para se misturar e combinar com uma fase da construção: fundação, estrutura e acabamento.
Juntas, elas formam uma playlist pensada para ser ouvida junto com o barulho da obra, quase como um feat, criando uma harmonia entre o concreto e o compasso, e aliviando a rotina sonora de quem vive nas grandes cidades.
“A vida urbana e o cotidiano pedem que a gente não pare, né? Óbvio que a gente tem momentos de parada, mas não sei se a cidade permite um ócio pleno, sabe? Então, às vezes, a gente só acolhe isso e se joga para tentar tornar a coisa menos desgastante”, conta Paulete Lindacelva sobre os desafios impostos pelo caos da metrópole.
A DJ e produtora recifense mora em São Paulo e considera que sua sonoridade, que vai do house ao jazz, groove e bebop, é tão acelerada quanto a ideia de construção e de avanço de uma cidade, mas preserva um ar de chamamento para dança e evoca festividade.
“Nesta missão da SKYY Vodka, fui desafiada a utilizar ruídos sonoros produzidos por construções e os efeitos do que é essa urbanicidade dentro de uma canção para transformar isso em algo palpável para o dia a dia das pessoas, mas, principalmente, em entretenimento. Sendo assim, a minha produção tem um pouco do que seria o cotidiano de um trabalhador. Eu recorro a sonoridades afetivas, como, por exemplo, o barulho da chegada do metrô até a estação, os ruídos sonoros que lá habitam, pessoas conversando… Além de bate estaca e outros ruídos de andaimes e sons metálicos que compõem essa ideia do que é construção civil”, explica.
“Junto a isso, adiciono uma pegada bebop, um estilo que surge na década de 40 e que é o auge da modernidade da cidade de São Paulo, na década em que se inaugura o Autódromo de Interlagos e que se tem uma grande campanha de modernização do centro da cidade. Eu quis me apegar a esses símbolos e construir uma sonoridade que fosse mais afetiva do que ruidosa, digamos. E veio de maneira genuína… Porque é difícil encontrar afeto no ruído, ele mais incomoda do que acolhe. Mas quando você dá nuances e pensa principalmente nos sujeitos que compõem aquela sonoridade, a coisa toma um caráter e imagens criados precocemente na nossa cabeça e fazem com que a gente consiga dar liga à coisa, como uma solda, o que também é bem característico desse contexto de construção”, completa.

Já a dupla mineira Dubdogz, formada pelos gêmeos Marcos e Lucas Schmidt, está acostumada com o barulho que cerca a cidade.
“Desde que nos mudamos para São Paulo, há oito anos, é só abrir a janela para começar a ouvir os ruídos de obra. Então, tiramos esse desafio de letra. Já havíamos feito episódios produzindo faixas com sons incomuns, como de avião, por exemplo. E isso ativa nossa criatividade”, contam.
“Se você prestar atenção aos elementos do techno industrial, vai encontrar sons muito semelhantes aos barulhos de máquina. E se você samplear ruídos de construção e colocá-los em repetição várias vezes, as pessoas não vão nem perceber que aquilo veio de canteiro de obras. No nosso caso, ficou muito natural na música. Se a gente mostrar o processo de produção, o público pode se interessar em entender como funciona a criação da música eletrônica, ainda mais quando envolve algo que está no dia a dia… E que é possível transformar aquele barulho em música. Além do barulho de obra, claro, tem sintetizadores e outros elementos. Mas essa junção pode deixar a galera em choque”, brinca a dupla que é uma das maiores representantes da música eletrônica brasileira no mundo afora.

Para Carola, DJ e produtora gaúcha que também vive em Sampa, o “BEAT THE NOISE” foi um dos projetos mais desafiadores de sua carreira.
“Apesar de trabalhar com música, se tem uma coisa que me incomoda é barulho de obra. Eu sou uma pessoa muito sensível sonoramente, por isso trabalhar com sons que são incômodos foi um desafio. No meu processo criativo, basicamente tentei entender como poderia chegar num resultado onde o barulho deixasse de ser barulho e se tornasse música. E a partir do momento que eu entendi que o ruído tem uma beleza dentro dele, ficou mais simples de conseguir transformar aquilo ali numa sonoridade palatável para as pessoas e também para mim. Eu adorei o resultado e espero que todos curtam também”, explica.

Como parte da cena eletrônica, que tem sido construída ao longo dos anos absorvendo tendências internacionais, a SKYY Vodka propõe um novo movimento cultural, que chega para aliviar o que vivemos no caos urbano, com os ruídos em todos os cantos da cidade, e transformar em trilha sonora.
Mais do que uma ação musical, BEAT THE NOISE é uma experiência sensorial. Um projeto que conecta a vida urbana à cultura dos clubs, mostrando que escutar barulho com o beat certo pode ser a forma mais leve de viver o caos moderno.
Em meio às britadeiras e serra-circulares, a SKYY Vodka prova que até o barulho da cidade pode se misturar à sua música.
Se você procura uma trilha para aumentar o volume e fugir da poluição sonora, as produções inéditas de Paulete Lindacelva, Dubdogz e Carola para o BEAT THE NOISE podem ser a ferramenta certa para construção de um novo repertório – é martelada, mas no bom sentido musical. Dá o play na playlist Beat The Noise, por SKYY Vodka.









