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Bate-estaca: o som que nasceu do caos

Bate-estaca: o som que nasceu do caos

Música eletrônica e obras em construção se aproximam com o termo

Festa (créditos reprodução Unsplash)

Forte, grave, repetitivo e constante. Uma progressão contínua com altas batidas por minuto. Tão potente que faz vibrar o peito e tremer o chão.

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BEAT THE NOISE

A descrição acima pode facilmente ser utilizada para dois universos sonoros: o da música eletrônica e o de obras em construção. Essa união de atmosferas se encontra no termo bate-estaca, usado para representar a máquina de obras que crava estacas no chão, mas também como apelido para música eletrônica, refletindo a sensação física e sonora de ambos. 

O paralelo que une o techno – entre as demais vertentes do gênero – ao maquinário fabril está no ritmo pesado e repetitivo que possuem, além do volume e da pressão sonora que carregam. 

Enquanto as ferramentas são utilizadas numa repetição contínua, batendo num mesmo ponto inúmeras vezes, a música eletrônica também segue a mesma operação: loop, progressão e padrão, que culminam no BPM – batida por minuto.

Construção (créditos reprodução Unsplash)

Com a estética industrial que o techno carrega em sua criação, a metáfora entre ambos ficou ainda mais evidente. Timbres metálicos, texturas de fábrica e atmosferas urbanas fizeram com que o bate-estaca, antes usado como piada para quem não ouvia música eletrônica, fosse adotado carinhosamente pelos clubbers que encontraram neste som uma identidade.

Entendendo que esse movimento de transformar questões urbanas como ruídos do cotidiano de uma cidade em arte é possível, a SKYY Vodka criou o projeto BEAT THE NOISE. Com ele, três DJs usam samples de barulhos da vida real para criar música eletrônica que pode se misturar com o som das construções. É a trilha sonora que une cada fase da obra.

O kick com uma sonoridade grave e seca pode lembrar prensas industriais ou marretadas em uma linha de montagem, que martelam na nossa cabeça. O hi hat, quando fechado, pode dar o ar de engrenagens girando e peças metálicas se chocando. Quando aberto, parece válvulas liberando pressão ou o maquinário se aquecendo. Já o clap é como o eco numa câmera de metal, com ferramentas batendo num galpão oco, no qual operários repetem movimentos. E os sintetizadores podem ser distorcidos para lembrar uma solda queimando ou até ruídos de serras elétricas. Isso sem contar os snares e percussões que criam camadas mecânicas e refletem movimentos, como molas saltando, correntes balançando, tubos vibrando e ferragens caindo no chão. Essa pressão e volume se relacionam totalmente com a quebradeira de uma construção e a britadeira.

Construção (créditos reprodução Unsplash)

Esse som do chão de fábricas foi transformado em arte com o desenvolvimento do techno em Detroit (EUA) na década de 80, mostrando que os ruídos que surgem do cotidiano podem ganhar outro significado, mesmo que envolvam estéticas sonoras e visuais parecidas – até mesmo pelo motivo das festas serem realizadas em clubs que adaptaram espaços de galpões e armazéns abandonados.

Transformando o caos urbano e conectando a vida nas cidades com a cultura dos clubs, o projeto BEAT THE NOISE mistura o barulho do dia a dia com a pista de dança. Dá o play na playlist BEAT THE NOISE, por SKYY Vodka.

Carola no BEAT THE NOISE

Mynd8

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