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Ângela Diniz: veja trilha sonora comentada da série

Ângela Diniz: veja trilha sonora comentada da série

Clássicos da MPB ilustram obra que se passa durante a ditadura militar

Produzida pela HBO em parceria com a Conspiração Filmes, a série Ângela Diniz: Assassinada e Condenada conta a história da socialite assassinada em 1976 por seu marido e os desdobramentos do julgamento. Estrelada por Marjorie Estiano e Emílio Dantas, a obra tem Thiago Lacerda, Renata Gaspar, Emílio de Mello e Thelmo Fernandes no elenco.

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Dirigida por Andrucha Waddington com texto de Elena Soárez, um dos destaques da série é sua trilha sonora, que resgata algumas canções históricas da música brasileira da década de 1970.  Abaixo, listamos as canções e explicamos seu contexto cultural e histórico. Confira!

Cheirando A Amor e Escândalo (Angela Ro Ro, 1979 e 1981) – Canção de abertura da obra, “Cheirando A Amor” foi lançada no primeiro disco, homônimo, da cantora. É também a canção que abre o LP e fala sobre amores intensos. Já “Escândalo” refere-se ao conturbado término do relacionamento da artista com Zizi Possi, que incluiu a exposição da bissexualidade da companheira e também acusações de agressão contra a cantora.

Sangue Latino e Amor (Secos & Molhados, 1973) –  Quando o grupo que apresentou Ney Matogrosso ao Brasil apareceu na TV pela primeira vez tocando “Sangue Latino”, o país viveu o que, na gíria da época, chamava-se de “desbunde”. Com a voz inconfundível do vocalista, é um eterno hino da contracultura brasileira. Já “Amor” tem como principal destaque a linha de baixo inesquecível de Willy Verdaguer e o arranjo vocal poderoso, com o trio dividindo as vozes.

A Menina Dança (Novos Baianos, 1972) – Ainda no segmento “desbunde”, a faixa do LP Acabou Chorare mostra toda a mistura que o grupo fez de referências musicais brasileiras com o rock internacional — com Pepeu Gomes fazendo jus a tudo que aprendeu nos discos de Jimi Hendrix.

Gente Aberta (Erasmo Carlos, 1971) – Com o disco Carlos, Erasmo, o Tremendão resolveu radicalizar sua figura de “roqueiro bom moço” pintada na Jovem Guarda. Acompanhado de integrantes d’Os Mutantes e guitarrista da Tropicália, Lanny Gordin, fez um LP atemporal. A faixa, que fala sobre a liberdade no amor, é até hoje um hino para aqueles que discutem os padrões de relacionamento. Também deste álbum saiu a faixa “É Preciso Dar Um Jeito Meu Amigo”, canção novamente levada aos holofotes através do filme “Ainda Estou Aqui” (2024).

Carcará e Pra Dizer Adeus (Maria Bethânia, 1965) – Foi através de “Carcará” que Maria Bethânia foi revelada ao Brasil, substituindo Nara Leão no musical Opinião. Composição de João do Vale, a faixa denuncia a fome no sertão nordestino. Em trecho mais explícito, a cantora informa dados sobre a precariedade da distribuição de alimentos no país. Parceria de Edu Lobo e Torquato Neto, “Pra Dizer Adeus” é, como o título sugere, uma canção de despedida. Dialoga com os exílios da ditadura militar e também com a melancolia do poeta e letrista, que suicidou-se em 1972.

Onda (Cassiano, 1976) – Clássico do movimento Black Rio e até hoje uma das faixas favoritas dos DJs de brasilidades, este que é um dos maiores sucessos de Cassiano tem vozes encantadoras e um groove que torna a canção perfeita para as pistas.

To Fall In Love (Tim Maia, 1979)  – Poderosa faixa “mela cueca” do álbum Tim Maia “Em Inglês”, ,disputado hoje em dia por colecionadores, a música é fundamentalmente um soul melancólico no qual o síndico entrega toda a sua potência, com um arranjo digno dos clássicos da gravadora Motown.

Ovelha Negra (Rita Lee & Tutti Frutti, 1975) – Clássico da maior importância do rock brasileiro, tornou-se um hino de todos os jovens que se sentem deslocados dentro do convívio familiar. Foi uma das canções que deu projeção nacional à eterna Santa Rita de Sampa e conta com o solo de guitarra inesquecível de Luis Carlini.

A Gaivota (Gilberto Gil, 1977) – Lançada originalmente por Ney Matogrosso, a versão do compositor foi gravada com a banda Refavela, porém ficou de fora do LP e só apareceu no Lado B do compacto Sítio do Pica Pau Amarelo. Foi escrita quando Gil estava preso em um sanatório — por porte de uma pequena quantidade de maconha — e ficava observando as gaivotas pela janela.

Como 2 e 2 (Gal Costa, 1971) – Um dos pontos altos do LP Fa-Tal – Gal A Todo Vapor, a canção foi feita por Caetano Veloso e gravada neste mesmo ano por Roberto Carlos. Fala sobre momentos difíceis, uma sensação que atualmente, na internet, definimos como “tá tudo bem mas tá esquisito”.

As Minas do Rei Salomão (Raul Seixas, 1973) – A letra de Paulo Coelho traz elementos da literatura — como Dom Quixote e bola de cristal — para falar sobre a incessante busca por riquezas e respostas que norteiam a sociedade. Traz elementos místicos e esotéricos, com o humor e leveza que caracterizam suas parcerias com Raul Seixas.

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