Entrevista: SUNMI abre o coração sobre o álbum ‘HEART MAID’

Na semana passada, SUNMI lançou o primeiro álbum completo em quase 20 anos de carreira. Em entrevista à Billboard Brasil, a cantora fala sobre vulnerabilidade, autenticidade e o processo de criar seu primeiro álbum completo em quase 20 anos.

“Acho que este álbum começou com a intenção de deixar meu eu do passado para trás”, explica.

“Ao me recuperar das emoções ansiosas, destrutivas e autocomiserativas que me acompanharam durante meus vinte e poucos anos, quis alcançar pessoas que estão passando por algo semelhante ao que passei e oferecer a elas empatia e conforto à minha maneira.”

Com a mensagem de “confortar os corações dos ouvintes através da música”, o disco apresenta 13 canções, lideradas pela faixa-título “CYNICAL”. SUNMI coescreveu todas as faixas de “HEART MAID”.

SUNMI debutou na indústria do K-pop em fevereiro de 2007 no grupo Wonder Girls. Sua carreira como solista começou em 2013.

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Leia a entrevista completa com SUNMI

Billboard Brasil: Como você acha que “HEART MAID” reflete seu crescimento como artista e contadora de histórias?

SUNMI: Acredito que minhas raízes musicais vêm do Wonder Girls. A minha música como artista solo também começou com o grupo. Eu queria infundir essa jornada com minha própria história e cores, algo diferente do Wonder Girls. Algo exclusivamente meu.

Você escreveu as letras de todas as músicas e co-compôs quase todas elas. Quão importante foi para você ter controle criativo sobre este projeto?

Recebi muitas demos ótimas. No entanto, achei que elas não combinavam muito com o primeiro álbum completo, que redefine a minha identidade musical. Eu queria que fosse um disco repleto de minhas próprias histórias e emoções. Por isso, acabei escrevendo e compondo todas as músicas do álbum. Sei que é muito ousado, mas tem um grande valor para mim.

Teve alguma música específica no álbum que foi o maior desafio durante o processo criativo?

A criação de “CYNICAL” foi a mais desafiadora. Refleti bastante sobre como criar uma sensação de caos e variação em um arranjo minimalista.

Como você cuida da sua energia criativa depois de tantos anos em uma indústria tão exigente?

Não me inspiro em grandes coisas. Minhas ideias vêm do meu dia a dia, de momentos simples da vida. Para dar um exemplo, posso estar assistindo Netflix em casa e uma palavra específica no diálogo me chama a atenção, e então começo a compor uma música…

Em sua jornada, o que você teve que deixar ir ou desaprender para crescer?

Acho que este álbum começou com a intenção de deixar meu eu do passado para trás. Ao me recuperar das emoções ansiosas, destrutivas e autocomiserativas que me acompanharam durante meus vinte e poucos anos, quis alcançar pessoas que estão passando por algo semelhante ao que passei e oferecer a elas empatia e conforto à minha maneira.

O que conforto significa para você pessoalmente neste momento?

É falar por aqueles que dizem: “Estou bem”, mas, na verdade, pensam: “Na verdade, não estou bem”.

Você se sente exposta ao lançar letras tão pessoais, ou a vulnerabilidade te fortalece?

Sinceramente, fiquei com medo quando lancei a música “Borderline”. Questionava se seria benéfico para uma celebridade ser tão sincera sobre suas emoções. No entanto, quando apresentei essa música em turnê, senti que ela confortava o público e que eles se identificavam com ela, então pensei: “Ah, a dor diminui quando a compartilhamos”.

Você já sentiu a necessidade de equilibrar o que realmente deseja criar com o que o mundo pede?

Sempre. Constantemente. Penso tanto nisso que chega a doer. Comparado a outros grupos de K-pop, o tamanho do meu fandom não é astronômico, portanto, a necessidade de agradar ao público é maior. No entanto, ainda não descobri as proporções para o equilíbrio ideal, mas continuarei buscando.

Ouça ‘HEART MAID’ de SUNMI

Muitos fãs admiram sua autenticidade e autoexpressão. Que conselho você daria para jovens mulheres na música que querem criar sem medo como você?

Você não precisa se diminuir, nem precisa cantar apenas sobre dor. Basta olhar mais atentamente para quem você realmente é e se amar da mesma forma que você se apaixonaria e adoraria seu ídolo favorito.

Você já influenciou toda uma geração de artistas femininas. Como você gostaria que seu legado fosse lembrado pelos fãs e pela indústria da música?

Seria ótimo me tornar uma lembrança. Tablo, do Epik High, disse uma vez: “Isso me marcou tanto que eu quis citar”.

Pode enviar uma mensagem para seus fãs brasileiros?

Sei que vocês amam minha música há muito tempo. Quero retribuir todo esse amor e paixão no palco um dia, quando eu for ao Brasil. Eu realmente quero te ver.