Morre Dave Ball, tecladista do Soft Cell
O músico tinha 66 anos e é um dos maiores nomes do pop inglês
Dave Ball, tecladista e compositor do Soft Cell, uma das duplas de pop eletrônico mais bem-sucedidas da história, morreu nesta quarta-feira, dia 22 de outubro, de causas não reveladas. Segundo pessoas próximas, ele se foi pacificamente enquanto dormia, em sua casa. Ball tinha 66 anos.
Marc Almond, parceiro de Soft Cell, escreveu uma bela homenagem ao tecladista. “Obrigado, Dave, por ser uma parte imensa da minha vida e pela música que você me deu. Eu não estaria onde estou sem você”, postou.
Nascido em Chester, quase na fronteira da Inglaterra com o País de Gales, David James Ball passou a se interessar por música quando conheceu “Autobahn” (1974), clássico da discografia do conjunto alemão Kraftwerk. Mas o verdadeiro clique aconteceu em 1978, quando estudava eletrônica na universidade de Leeds, cidade do norte da Inglaterra. Ball conheceu Marc Almond, outro estudante da instituição, e os dois criaram o duo eletrônico Soft Cell.
Ball e Almond tinham uma química única. Ele era o sujeito quieto a manipular botões e teclas enquanto o vocalista, com seu visual andrógino, praticamente encenava as letras das canções. “Non-Stop Erotic Cabaret”, de 1981, é um dos melhores discos pop de estreia em todos os tempos: uma coleção de contos noturnos, sobre figuras estranhas (“Sex Dwarf”), a solidão pós balada (“Bedsitter”) e pornografia (“Seedy Films”). Em meio a essa coleção de bizarrices, uma balada que deu o primeiro e único lugar ao duo: a releitura para “Tainted Love”, da cantora de soul music Gloria Jones.
O Soft Cell encerrou suas atividades em 1984 e Ball engatou os projetos Other People, English on the Loveranch e The Grid, todos de curta duração. Em 2001, Ball e Almond retomaram a parceria. O duo continuou a lançar obras relevantes, embora de resultados tímidos nas paradas de sucesso. “Happiness Not Included”, de 2022, tinha a participação da dupla Pet Shop Boys em “Purple Zone”. Ball enfrentou sérios problemas de saúde, que limitaram suas participações em shows e turnês. Quando a dupla veio ao Brasil, no ano passado, ela contou apenas com Marc Almond nos vocais e um tecladista contratado.
