Em BH, Marisa Monte estreia ‘Phonica’ e reafirma a força de sua canção
Público de 15 mil pessoas se emocionou no show e puxou coro de 'sem anistia'


Belo Horizonte — Marisa Monte não decepciona — tampouco seu público. Na estreia da turnê “Phonica”, na noite do sábado (18), no Parque Ecológico da Pampulha, cantora e público fizeram o show, 1h55 de duração, praticamente juntos.
Das 27 canções do repertório, todas, incluindo a recém-lançada “Sua onda” (que marca nova colaboração de Marisa com o músico argentino Gustavo Santaolalla) foram acompanhadas pela plateia. A orquestra de 55 musicistas, sob a regência de André Bachur, deu novas nuances ao repertório de sucessos de toda sua história, solo e com os Tribalistas, que compõem a turnê.
“Carnavália”, Beija eu”, “Panis et circenses”, “É você” e “Velha infância” foram algumas das canções que cresceram com o arranjo orquestral. Outra que ganhou novas nuances foi o clássico “Carinhoso” (Pixinguinha e João de Barro), escolhida para fechar o show – “todo o mundo conhece, faz parte da formação da nossa história coletiva”, disse Marisa.
“É uma emoção enorme estar aqui inaugurando essa tour, nessa cidade que sempre me recebe com carinho. Que seja uma noite inspiradora para todos nós”, disse Marisa na primeira interação com o público de 15 mil pessoas.
A cantora entregou também no quesito espetáculo visual. Surgiu com um vestido fúcsia, farto, de mangas bufantes e flores no cabelo. A cada nova música, as cores mudavam de acordo com cenografia criada por Batman Zavareze.
Não demorou para trocar o figurino — embaixo do fúcsia, um vestido branco, sem mangas, que lhe permitiu mais movimentação — incluindo o gestual das mãos, sua marca desde o início da carreira, no final dos anos 1980.
Um grande telão ao fundo com outro menor, um pouco à frente, dividia a imagem em três. As projeções eram acompanhadas por jogo de luzes no teto do palco e nas laterais.
Com tanta gente no palco — 60, ao todo –, banda e orquestra se misturaram. Dadi e Alberto Continentino tocaram sentados. O Leãozinho, baixista de tantos shows e discos de Marisa, assumiu guitarra e violão na turnê. Ficou entre os violinistas, enquanto o baixista Continentino ficou entre os cellos e contrabaixos. Pupillo e Pedrinho da Serrinha, baterista e percussionista respectivamente, ao fundo do palco, cada um de um lado. Pedrinho é o mais novo da turma, com 18 anos recém completados.
Radiante, sorrindo muitas vezes, Marisa não precisou de muito para levantar uma plateia entregue. Braços para cima muitas vezes, palmas, gritos. “Feliz, alegre e forte” foi acompanhada com o público levantando um papel amarelo com cada uma das três palavras. “Ainda bem”, “Gentileza” e “Panis et circenses” foram algumas das que tiveram maior resposta.
Agradeceu muitas vezes a banda e a orquestra, “brasileiros que nos ajudam a formar nossa alma com a música”, lembrando da importância do maestro Bachur para a realização do projeto.
A chuva prometida chegou, muito de leve, ao final do show, na hora de “Magamalabares”. Deu uma aliviada no calor que dominou este sábado em BH —ou Belô, como Marisa chamou carinhosamente a capital mineira. A noite foi tão bonita que São Pedro esperou, só depois do show é que choveu de verdade na capital mineira.
Os gritos de “sem anistia”, praxe em todos (os bons) shows de música brasileira ao longo deste ano, ecoaram em dado momento no Parque Ecológico. Marisa, sempre sorrindo, deu seu recado: “Que maravilha. Viva a democracia”.
Neste retrospecto da carreira, faltaram algumas: “Bem que se quis”, “Já sei namorar” e “De noite na cama”, por exemplo, ficaram de fora. Com tanto sucesso, escolhas tiveram que ser feitas.
Há ingressos disponíveis para a segunda apresentação no Parque Ecológico da Pampulha, neste domingo (19/10), às 18h. Venda no Tickets For Fun. A turnê segue para o Rio de Janeiro (31/10, 1 e 2/11), São Paulo (8 e 9/11), Curitiba (15/11), Brasília (29/11) e Porto Alegre (6/12).
Confira o setlist do show de estreia de Phonica
- “Vilarejo”
- “O que você quer saber de verdade”
- “Infinito particular”
- “Carnavália”
- “Maria de Verdade”
- “Ao meu redor”
- “Sua onda”
- “Ainda bem”
- “Aliança”
- “Amor I love you”
- “Diariamente”
- “Beija eu”
- “É você”
- “De mais ninguém”
- “Depois”
- “Ainda lembro”
- “A sua”
- “Gentileza”
- “Segue o seco”
- “Panis et circenses”
- “Cérebro eletrônico”
- “Feliz alegre e forte”
- “A lenda das sereias”
- “Magamalabares”
- “Velha infância”
- “Não vá embora”
- “Carinhoso”
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