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Por quê ‘encontro’ tosco de Paul McCartney com Phil Collins viralizou?

Por quê ‘encontro’ tosco de Paul McCartney com Phil Collins viralizou?

Toda fake news parte de algum caminho verdadeiro

Fake news de IA simula Paul McCartney visitando e Phill Collins no hospital

Phil Collins está “muito doente”, divulgou a revista Mojo, em fevereiro deste ano. Mas a notícia e o documentário “Phill Collin: Drummer First” ainda são pouco efetivos diante de uma imagem mais poderosa: Paul McCartney empunhando um violão enquanto Phil Collins descansa em uma cama de hospital. O cenário, as enfermeiras cabisbaixas, os astros do rock: tudo ali é artificial.

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Phil Collins (divulgação/Drumeo)

Mesmo assim, viralizou. Além dos ingredientes criados por algum gerador, residem ali verdades em torno de uma cena imaginada: Phil Collins, sim, está doente; Paul McCartney, sim, poderia visitá-lo e, além de tudo, ambos podem ter tido uma rusga em 2002. Cenário perfeito para uma mentira —embasada por antecedentes.

Em uma rápida busca no Google, fotos e vídeos com títulos “gesto maravilhoso!” ou por “ninguém esperava” redirecionam para posts nas redes sociais com montagens envolvendo o falso encontro.

“Então, em um momento que deixou todos no quarto em silêncio, Paul pegou seu violão e começou a tocar “Yesterday”, sua voz marcada pelo tempo carregando cada verso como uma prece”, diz alguns textos. Uma usuária responde: “Ahhh amizade verdadeira se faz presente sempre que precisamos , seja na presença física ou na espiritual , esse encontro com toda certeza fez muito bem aos dois ❤️❤️”.

A ‘treta’ entre Phill Collins e Paul McCartney

Um episódio desconfortável liga os nomes dos astros. Eem 2002, durante o “Jubileu de Ouro da Rainha Elizabeth II”, Phil teria levado uma edição de luxo da biografia dos Beatles, escrita por Hunter Davies, para pedir que McCartney autografasse. Segundo o baterista, Paul fez pouco caso.

Mas para achar a entrevista em que Phil declara isso não é fácil. Uma rápida viagem no Google não retorna resultados além de portais que dizem “que Phil Collins disse”. Mas a entrevista realmente aconteceu. Ao jornal londrino Times, o baterista comenta fatos registrados em sua autobiografia “Not Dead Yet: The Autobiography by Phil Collins”. No entanto, só assinantes do periódico podem acessá-lo —o que torna, ainda mais, difícil chegar aos fatos verdadeiros.

“Preciso começar dizendo que McCartney era um dos meus heróis,” ele diz, quando provocado sobre o assunto.  “Mas ele tem esse jeito, quando está falando com você, de te fazer sentir… [imitando um sotaque condescendente de Liverpool] ‘Eu sei que isso deve ser difícil pra você, porque eu sou um Beatle. Eu sou Paul McCartney e deve ser muito difícil pra você manter uma conversa comigo’”, relata.

Ele continua: “Eu o conheci quando estava participando da festa no Palácio de Buckingham, em 2002. McCartney apareceu com a Heather Mills, e eu estava com uma primeira edição do livro “The Beatles”, do Hunter Davies. Eu disse: ‘Ei, Paul, você se importaria de autografar isso pra mim?’ E ele respondeu: ‘Ah, Heather, nosso querido Phil é um grande fã dos Beatles.’. E eu pensei: ‘Seu filho da p**, seu filho da p***.’* Nunca esqueci isso.”

 

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