Com o constante crescimento do mercado da música gravada, as oportunidades no cenário da música independente tornam-se cada vez mais palpáveis. As profissões “artista independente” e “empresários da música independente” ganham mais reconhecimento diante de uma indústria que pelo décimo ano consecutivo registra crescimento global e receita de mais de 29 bilhões de dólares em 2024. Desse total, o streaming é responsável por 69% das receitas.
De acordo com o Global Music Report 2025, divulgado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica, o Brasil é destaque nesse cenário. Só aqui no país, o crescimento registrado no mercado da música gravada é de 21,7%, o que gerou uma receita superior a três bilhões de reais em 2024. O resultado brasileiro consolida o país entre os dez maiores do mundo. Somado a isso, o Spotify Brasil confirma que os artistas independentes nacionais são responsáveis por 70% das reproduções.
Esses dados refletem na profissionalização da indústria independente como um todo. Outro importante relatório anual, inclusive, aponta para o crescimento do mercado de edição musical. Conforme o Independent Music Publishers International Forum (IMPF 2025), o mercado global de editoras musicais independentes continua crescendo. O valor total é de € 2,57 bilhões — um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior, registrando um crescimento de 105,6% desde 2018.
O IMPF 2025 revela ainda que, no âmbito autoral, as editoras independentes continuam sendo responsáveis pela maior fatia do mercado da música, com resultados à frente das majors.
E o que faz uma editora? Seja ela major ou independente, uma editora é responsável por garantir os direitos autorais dos artistas, que quando negligenciados acabam indo para o ralo. Ou seja, a editora permite que o artista de fato seja um profissional da música.
A realidade do streaming proporciona uma fórmula que facilita o upload das músicas, porém fazer com que ela rentabilize não é tão simples, e os artistas independentes acabam não conseguindo converter música em ganhos financeiros. Nas situações em que esses artistas também não conseguem um contrato com editoras maiores, a oportunidade de mercado surge para os empresários do setor.
Inclusive, em decorrência desta tendência da indústria da música independente, que a ObraDigital surgiu em 2022. Hoje, a editora – também independente – administra um catálogo com mais de seis mil obras de, claro, artistas independentes, a maioria deles do underground da música urbana, que não são conhecidos massivamente pelo público, porém ganham dinheiro com música, sim. Alguns deles vivendo da arte e outros gerando parte de suas receitas através de seus direitos autorais.
Ao que tudo indica, respaldado por esse crescimento que é contínuo na última década, o mercado independente tende a avançar e muito. O que é promissor tanto para os artistas, quanto para os empreendedores que estão atentos a resolver a dor desses artistas de forma profissional.
Ionathan Palatnik
Formado em Direito, Ionathan Palatnik é empresário e produtor. Cofundador da ObraDigital, CAMPING, CAPITAL e VYRUS. Atua como líder executivo e operador estratégico. São mais de 600 artistas independentes sob a gestão de suas empresas, mais de 30 milhões de streamings pela ObraDigital, além de projetos com grandes nomes como DRESSA, Kayblack e MC PH, que é seu sócio nas gravadoras CAMPING e CAPITAL.