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Zach Top conquista seu primeiro top 10 Billboard

Zach Top conquista seu primeiro top 10 Billboard

O músico prova que a nostalgia ainda tem espaço nas paradas

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Zach Top (divulgação)

Zach Top continua sua ascensão meteórica na música country. Recentemente, ele conquistou seu primeiro Top 10 na parada Billboard Country Airplay com “I Never Lie”. A faixa subiu da 12ª para a 10ª posição no ranking datado de 8 de março de 2025. Durante a semana de acompanhamento, entre 21 e 27 de fevereiro, o single registrou um aumento de 12%, atingindo 17 milhões de impressões de audiência.

O jovem cantor de Sunnyside, Washington, coescreveu a faixa ao lado de Carson Chamberlain, que também a produziu, e Tim Nichols. A música faz parte do álbum Cold Beer & Country Music, que estreou no Top Country Albums em agosto de 2024. Na lista de 1º de março, alcançou a 6ª posição, com 17 mil unidades equivalentes vendidas, o que representou um crescimento de 4%.

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Mas a jornada até esse momento foi longa e repleta de desafios. Por anos, a música country evoluiu em ondas, indo e voltando entre suas raízes tradicionais e novas influências que testam seus limites. Em meio a essa dinâmica cíclica, Zachary Dirk Top, ou simplesmente Zach Top, surgiu como um elo entre passado e futuro. Ele não apenas faz música country, mas personifica sua essência, tanto que muitos brincam que ele seria um “filho perdido de Alan Jackson”.

Raízes e o primeiro contato com a música

Nascido em 26 de setembro de 1997, Zach Top cresceu em um rancho em Sunnyside, Washington. Apesar da conexão com a vida rural, ele sempre soube que não era um cowboy de verdade, mas percebeu que poderia se aproximar dessa realidade por meio da música. Aos três anos, pediu aos pais uma guitarra do Walmart para se parecer com seu ídolo, George Strait.

Essa paixão pela música se solidificou quando ele e seus irmãos formaram uma banda de bluegrass chamada Top String, tocando em festivais por cerca de 10 anos. Desde pequeno, seu setlist oscilava entre hinos gospel, como “Jesus Loves Me”, e clássicos country, como “Amarillo by Morning”, revelando sua inclinação natural para o gênero.

Uma mudança de rota e a jornada para Nashville

Antes de se tornar um dos principais nomes em ascensão no country, Zach trilhou um caminho comum a muitos jovens: ingressou na Universidade do Colorado, em Boulder, para estudar engenharia mecânica. Mas o chamado da música era uma equação simples: a soma de talento e vontade.

Ele desistiu da faculdade, trabalhou no ramo da construção para juntar dinheiro e, em 2021, finalmente se mudou para Nashville. Foi quando sua sorte mudou. Um cover de “Spilled Whiskey”, postado no dia da morte de Daryle Singletary, viralizou, alcançando 300 mil visualizações e atraindo a atenção de profissionais da indústria.

@zachtop TikTok keeps blurring out my captions… sooo can we blow it up without em?! Here’s “Spilled Whiskey” #recorddeal #coversong#acoustic #4upage #fyp ♬ original sound – Zach Top

Entre os interessados estava Carson Chamberlain, veterano que trabalhou com lendas como Keith Whitley e Alan Jackson. Carson viu potencial em Zach, mas, em vez de levá-lo imediatamente ao estúdio, aconselhou paciência e aperfeiçoamento. O resultado? 300 canções compostas antes de selecionar as 12 que entrariam em seu primeiro álbum – um feito notável para um artista iniciante.

Cold Beer & Country Music: um álbum que resgata a essência do country

Se há um álbum que encapsula o espírito do country tradicional em meio ao seu ressurgimento, impulsionado pela cena texana com nomes como Cody Johnson, é Cold Beer & Country Music. Zach Top não apenas homenageou o country dos anos 1990, mas fez isso com autenticidade e paixão. É um álbum que prova que ‘if it ain’t broke, don’t fix it’ — apenas refine e deixe brilhar.

A produção do álbum foi liderada por Carson Chamberlain, um nome lendário na cena country, que já trabalhou com Keith Whitley, Alan Jackson e Clint Black. Com essa bagagem, era de se esperar que o álbum soasse como um clássico instantâneo – e foi exatamente isso que aconteceu. Os arranjos são impecáveis, contando com a participação de músicos icônicos como Brent Mason e Paul Franklin, cujo trabalho já definiu o som do country em décadas passadas.

Na composição, Zach não ficou para trás. Ele coescreveu todas as faixas e, mesmo explorando temas comuns do gênero – amor, saudade e a vida no campo –, a execução faz toda a diferença. Faixas como “Dirt Turns to Gold” e “Cowboys Like Me Do” resgatam os valores e a narrativa do country tradicional. Já a letra de “Use Me” se destaca como uma das mais emocionantes do álbum, trazendo um vocal carregado de sentimento e uma melodia que remete diretamente às grandes baladas dos anos 1990.

O álbum abre com “Sounds Like the Radio”, um tributo às raízes do country, que rapidamente ganhou força nas rádios e chegou ao Top 20 da Billboard Country Airplay. No entanto, o verdadeiro sucesso emergiu com “I Never Lie”. Apesar de não ter sido o single principal, foi essa canção que o público abraçou com mais intensidade, tornando-se a favorita dos fãs e garantindo a Zach seu primeiro Top 10 nas paradas.

Talvez o mais importante seja que este álbum é apenas o começo. Se Zach Top conseguiu capturar o espírito do country tradicional com tanta precisão logo em seu primeiro grande projeto, o que virá a seguir promete solidificá-lo ainda mais como um dos grandes nomes do movimento country atual.

Um artista fora da curva

Em 2025, Zach Top terá a honra de abrir shows para Alan Jackson – um verdadeiro marco em sua trajetória, especialmente para alguém que cresceu ouvindo os clássicos do cantor e agora compartilha o mesmo palco com um de seus ídolos.

Enquanto muitos artistas seguem tendências passageiras, Zach escolheu trilhar um caminho próprio. Em vez de buscar viralização a qualquer custo, ele aposta em um som autêntico e atemporal, profundamente enraizado na essência do country. Suas influências vão de Mark Chesnutt e Tracy Lawrence a Randy Travis e Merle Haggard, resgatando uma era em que as histórias contadas nas canções eram a alma do gênero.

Como o próprio Zach diz: “A música country sempre foi cíclica. Temos nosso alicerce, nossas raízes, as tradições de onde viemos. Logo algo novo e um pouco mais ousado surge, empolgando a todos, e com razão. Mas, depois de um tempo, as pessoas começam a pensar: ‘Sim, mas este é o nosso ponto de origem. Vamos voltar um pouco para isso.’”

E é exatamente isso que Zach faz: ele traz a nostalgia sem deixá-la engessada no tempo, entregando uma sonoridade que conversa tanto com os fãs de longa data quanto com uma nova geração sedenta por autenticidade.

Mas, afinal, Zach Top seria um filho perdido de Alan Jackson? Bem, o bigode levanta suspeitas, e o som entrega o DNA. Se as semelhanças são apenas coincidência ou destino, o tempo dirá. Enquanto isso, basta acompanhar a turnê de 2025 e deixar as paradas de sucesso revelarem a resposta.

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